Resenhas

Frabin – Real

Primeiro álbum do músico consolida sua identidade e o destaca enquanto produtor

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Ano: 2015
Selo: Balaclava Records/Midsummer Madness
# Faixas: 12
Estilos: Dream Pop, Psicodelia, Shoegaze
Duração: 54:50
Nota: 3.5
Produção: Victor Fabri

Frabin é o Punk mais Punk de todos. Mergulhado na ideia de fazer um disco que completasse o trabalho de seu primeiro EP Selfish, Victor Fabri levou a expressão “Do it yourself” às últimas consequências quando resolveu não apenas compor, mas gravar, editar, produzir a capa e entrar em contato com grandes nomes para a pós-produção de seu primeiro disco Real. Um feito louvável que só acrescenta elogios e qualidade a seu nome artístico, uma vez que este trabalho reflete diretamente sua personalidade e as mensagens que ele deseja passar através de seu som: um flerte entre o Shoegaze e as diferentes caras da Psicodelia de hoje. Há várias expressões que podem descrever o disco, mas a mais completa revela-se em seu próprio título.

Sim, este é um trabalho verdadeiro, feito por um músico de verdade que sabe exatamente o que deve fazer para nos mostrar músicas reais e que causam sentimentos honestos. Uma realidade que pertence a Victor e da qual ele se mostra confortável o suficiente para nos mostrar uma janela dela. Tudo isto vem acompanhando com doses intensas de uma Psicodelia que ora se revela na escolha precisa de timbres de guitarras e sintetizadores, ora se mostra na estrutura na composição que cativa o ouvinte a seguir em frente, sem saber aonde vai parar.

Doses precisas de Pop dão ao trabalho um ar menos experimental, que, ao mesmo tempo que torna o disco mais “fácil” de se escutar, o faz grudar na cabeça de quem o escuta. Quem escutar Kids From Outer Space, por exemplo, tem grandes chances de ficar preso indefinidamente em seu refrão chiclete e seu vídeo hipnotizante, explorando as melhoras qualidade da estética VHS. Outros destaque vão para as faixas Em Vão, Disease e Bad Vibes.

Frabin traz em seu primeiro disco de estúdio uma espécie de deslocamento de humor de outros gêneros. Pode ser confortável definir este trabalho como um Slowdive mais alegre, até um Real Estate mais depressivo, mas, no fim das contas, o que de fato fica é a impressão de que esta imprecisões de definir concretamente o som de Victor, justamente moldam o que ele é: um trabalho de sua realidade pessoal. Vale a pena ficar de olho nos próximos lançamentos do músico.

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BOM PARA QUEM OUVE: Slowdive, Mac Demarco, Real Estate
ARTISTA: Frabin

Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique