O futuro chegou mais cedo e pesado do que imaginamos. Nayvadius Cash, ou Future como é mais conhecido, ganhou grande destaque principalmente após a explosiva repercussão de sua mixtape DS2, que ainda que transparece uma personalidade bastante repetitiva e genérica, conquistava o seu público pelas rimas ácidas e de moral questionável, um estereótipo que ainda tem seu mercado no Hip Hop. Dizer que seu sucesso foi acidental é bastante prepotente, afinal as parcerias com grandes nomes do gênero que se sucederam, entre elas a mixtape com Drake, nos mostraram algum diferencial dentro da esfera Trap.
Entretanto, chegamos ao momento de mais um lançamento que é puramente Future, sem adição de outras referências. Ainda que seja um disco produzido por várias mãos, encontramos um rapper preocupado em esfregar em nossa cara a sua identidade sonora mais pura, aquilo que escutamos e, automaticamente, nos lembramos de seu nome. O som esta aí, mas a prontidão para lembrar de seu nome não é tão clara, ja que o que escutamos aqui não é nada singular.
Evol é o segundo disco de estúdio do rapper e produtor, e dentro de sua pequena carreira ele simboliza uma fase de pouca criatividade e inércia constante. O empurrão que DS2 deu para a relevância de Future ainda é a força motriz nas composições do álbum, produzindo um trabalho que fica totalmente dentro da zona de conforto, sem tomar riscos ou procurar novas formas de expressão dentro do Hip Hop/Trap. A homogeneidade deste trabalho é assutadora e, por vezes, somos submetidos a sequências de músicas que possuem a mesma ambientação ou até mesmo timbres repetidos para a construção dos beats.
Future pode ser um nome forte, mas o desleixo e a má produção (que deixa o registro com uma sonoridade quase que amadora) tornam EVOL uma pedra em um caminho que parecia ser bastante promissor. É uma questão de tempo, mas que também depende da boa vontade e da inventividade de Nayvadius. Se a pretensão era criar um disco efêmero que pudesse se dissolver no imaginário adolescente em questão de dias, oculto entre tantos outros nomes genéricos do Trap, então missão cumprida. Se não, outros lançamentos podem dizer melhor se fomos preciptados em apostar em Future como “revelação”.
