Paul Dixon já viveu várias vidas para os poucos 25 anos que habita o mundo. Previamente, encabeçou David’s Lyre, projeto Pop Eletrônico que levava sua voz levemente semelhante a Brandon Flowers Internet adentro. A versão beta de sua vida musical fez com ele começasse a quebrar a onda intimidantemente alta do ruído online, onde a concorrência dilui tudo e todos nem sempre por qualidade, mas pela insistência da quantidade.
Com experiência de mercado, público e selo nas costas, além de alguns anos a mais, Dixon inaugurou Fyfe, novo pseudônimo escolhido para encarar a fase mais amadurecida e faminta, rendendo nos últimos anos o EP Solace (2013), o disco Control (2015) e agora, Stronger. Fyfe e seu trabalho atual não são rupturas do que o artista propõe desde o primeiro projeto, continuando com o Pop que o torna leve e menos etéreo do que outros músicos de que se aproxima conceitualmente, mas ainda mais mínimo, preciso e consistente.
A decisão pessoal de abandonar o curso de economia e se ver adulto em um mercado agora menos assustador, faz parte do interessante rumo que o artista escolheu para o novo capítulo, onde, ao invés de complicar, ele simplifica o processo. Firmando a identidade musical construída nos últimos anos, o EP entrega três novas faixas, Better Man, In Colour e Stronger, esta com uma segunda versão em formato acústico (ainda mais simples, ainda mais bela). A autoconfiança é expressada não só nos títulos das canções, mas também na construção de harmonias agradáveis, com melodias que se sobrepõem e criam momentos suaves de elevação.
A novidade vem com cara de trampolim, como um trailer de algo maior para os próximos anos. Com a calma de quem parece não querer meter os pés pelas mãos, Dixon deixa a impressão de testar novas sonoridades aos poucos e sem tanta timidez, mas também sem nunca sair de uma zona de segurança que, por enquanto, não o limita, mas pode dar espaço para novidades interessante se gradativamente for deixada de lado.
(Stronger em uma faixa: In Colour)