Resenhas

Bruna Mendez – O Mesmo Mar que Nega a Terra Cede à Sua Calma

Primeiro álbum da cantora goiana firma de vez sua personalidade romântica

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Ano: 2016
Selo: Falante Records
# Faixas: 11
Estilos: Pós-MPB, Indie
Nota: 4.0
Produção: Adriano Cintra

A primeira metade de O Mesmo Mar que Nega a Terra Cede à Sua Calma parece desenrolar-se de uma só vez, em um só fôlego, denotando seu aspecto de desabafo romântico (o que é sempre mais interessante do que uma mera “declaração de amor”) na voz de Bruna Mendez, um espírito que domina todo o álbum por entre versos sensíveis e belos.

Sua voz carinhosa e interpretação sensível são as grandes protagonistas da obra ao cantar letras formadas por palavras simples, como “Acho que o meu sofá merece você” (em Sorte) e metáforas mais rebuscadas, como o verso que batiza obra (em Brisa). É um disco de canções de amor à moda antiga com uma roupagem muito contemporânea daquilo que é feito no Brasil e no mundo hoje.

As guitarras e sintetizadores que vemos por aí fazem suas partes para amparar os sons da cantora goiana, sob a produção de Adriano Cintra. É uma alma um pouco diferente do que Bruna apresentou em seu Pra Ela, que parecia trazer sob seus holofotes um conteúdo um pouco mais referencialmente brasileiro nos arranjos, algo explorado aqui de forma mais aguçada na música de encerramento do álbum, Meu Bem, embora em segundo plano na maioria das canções.

Acima de tudo, O Mesmo Mar… é um trabalho que coloca Bruna Mendez definitivamente entre os nomes mais interessantes de sua geração não só pelos nomes que daremos à sua sonoridade, nem em como ela dialoga com o que é contemporâneo, mas por estabelecer de vez sua identidade sensível e emocional carregada por uma bela voz e amparada por uma talentosa mão nas composições.

(O Mesmo Mar que Nega a Terra Cede à Sua Calma em uma faixa: Vento Bom)

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ARTISTA: Bruna Mendez
MARCADORES: Indie, Ouça, Pós-MPB

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.