Em sua estreia homônima, a banda inglesa Melt Yourself Down emprestou seu próprio nome ao álbum como se indicasse que, no trabalho, sua personalidade sonora, festiva e borbulhante, estaria devidamente representada. Em seu lançamento da vez, Last Evenings On Earth, no entanto, o clima engrossa com a sugestão de um universo muito mais apocalíptico.
De fato, há um peso muito maior e um ambiente muito mais coeso no segundo exemplar de Melt Yourself Down. Temáticas como a guerra, a doença e morte se espalham pelo álbum que, com sua virulência e seus sortilégios, contamina aos poucos o ouvinte, e, assim, procura induzir uma espécie de transe sonoro naquele que se deixa envolver pela banda.
Melt Yourself Down é dona de uma assinatura musical muito particular. Uma mistura do Jazz contemporâneo refrescante de Virta, um embasamento muito assentado na influência do Afrobeat de Fela Kuti e um turbilhão criativo caótico como o de – apenas um entre tantos exemplos possíveis – de Chris Sievey, sem a parcela de ingenuidade deste último.
Abarcar a seriedade sem perder a potência criativa foi uma excelente aposta para Kushal Gaya e seus comparsas. Last Evenings on Earth sugere, para aqueles que se deixarem levar, o ritmo frenético de uma viagem na qual se dança como se não houvesse o amanhã.
(Last Evenings On Earth em uma música: The God Of You)