Resenhas

Savoir Adore – The Love that Remains

Com inspiração na “saudade” em português, banda produz Indie Pop divertido

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Ano: 2016
Selo: Nettwerk Productions
# Faixas: 11
Estilos: Indie Pop, Indie Eletrônico
Duração: 45
Nota: 3.0
Produção: Claudius Mittendorfer e Savoir Adore

A história é boa: Paul Hammer, o músico que lidera o grupo Savoir Adore, conta que aprendeu durante sua passagem pelo Brasil em 2014 o significado de “saudade”, o que serviu como base de inspiração para os temas cantados em seu The Love that Remains. Talvez por ironia, o disco chega saudoso de um som que ouvimos cada vez menos – aquele Indie Pop que tanto escutávamos há cerca de cinco anos ou mais.

Não digo que o álbum chega datado, mas é difícil não se lembrar de quando a maioria dos grupos que lançava algo naquela época fazia algo bem parecido o som do single Lovers Wake – que faz as vezes de abertura aqui -, por exemplo. Mais interessante ainda é ouvir novamente os lançamentos anteriores de Hammer e seu grupo – Our Nature (2013) e In the Wooded Forest (2009) – e perceber que eles faziam algo um pouco mais “vanguardista” antes.

Esse mergulho mais Pop, colorido e animado pode ser uma contribuição do produtor Claudius Mittendorfer (Big Data, Neon Indian, Weezer), que muito provavelmente enxergou esses potenciais em Savoir Adore e eles fizeram juntos um disco que deve agradar em cheio quem tanto ouvia músicas assim em festas e festivais há alguns anos e queria novidades.

The Love that Remains vem como uma obra de conquistar grandes plateias naqueles shows no meio da tarde antes das atrações principais de um Lollapalooza, por exemplo, como se Of Monsters and Men recebesse uma injeção Eletrônica, ou se Phoenix absorvesse mais do que o Disco deu à música Pop.

Com alguns pontos bastante altos, como Devotion, o disco escorrega nos momentos em que parece infantilizar o ouvinte com seu apelo Pop – como na última faixa, cujo refrão diz “This is the last song/This is the last one”. O saldo, porém, é sempre positivo e mostra que Savoir Adore atingiu seus objetivos de, ao cantor sobre saudades, criar músicas que sabem fisgar seu público no coração, nos pés ou em uma recente nostalgia.

(The Love that Remains em uma faixa: Giants)

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.