Resenhas

The Julie Ruin – Hit Reset

Banda recomeça com a mesma potência que exibia no passado

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Ano: 2016
Selo: Hardly Art
# Faixas: 13
Estilos: Pop Punk, Punk
Duração: 39
Nota: 3.0
Produção: Eli Crews

Kathleen Hanna é um dos nomes mais importantes do Punk norte americano da década de noventa graças ao seu trabalho no projeto Bikini Kill e na banda de Electroclash Le Tigre. No entanto, é em The Julie Ruin que a artista apresenta, embora mantenha sua personalidade forte de outrora, uma de suas caracterísitcas mais interessantes: o maneira extremamente pessoal com que compõe.

A própria história da banda é marcada pela – e confunde-se com – a história de Hanna. Logo após a sua estreia em 2013 com o álbum Run Fast, o grupoa se viu obrigado a encerrar suas atividades por conta da luta da artista contra a doença de Lyme. Agora, em 2016, curada, Hanna e sua banda reúnem forças para recomeçar – e continuar – sua jornada. Logo, seu título Hit Reset.

Aos 47 anos de idade, Hanna parece continuar com a mesma energia de outrora, todavia agora marcada pelas suas experiências. Suas letras ainda continuam com um forte teor feminista, e seu fôlego continua o mesmo que ouvimos em Deceptacon. Em Hit Reset, enquanto fala de si, Hanna trafega pela raiva da artista contra o pai, pela homenagem à mãe e pelo amor ao marido sem, no entanto, abandonar a alma Punk que sempre teve.

A ingenuidade com que o projeto se transveste (“start a kickstarter for your heart” é o refrão em Planet You) faz a banda equiparar-se àquelas que gerou, seja em Perfect Pussy, Savages ou Sleater-Kinney, enquanto evoca uma memória não tão distante de si nos projetos já citados na introdução desta resenha.

Embora The Julie Ruin esteja tentando resetar sua própria história, parece, na verdade, “apenas” continuar de onde parou. Ainda que por vezes a trabalho sugira alguma falta de maturação, o seu espírito jovem inflama cada vez mais sua potência criativa.

(Hit Reset em uma música: I Decide)

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Autor:

é músico e escreve sobre arte