Resenhas

Sianvar – Stay Lost

Disco de estreia do supergupo mostra primor técnico, mas pouca personalidade

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Ano: 2016
Selo: Blue Swan
# Faixas: 10
Estilos: Post-Hardocre, Rock Progressivo, Emo
Duração: 41'
Nota: 3.0

Para quem não é familiarizado com o som do quinteto Sianvar, basta saber duas coisas: 1) O grupo é um Megazord de membros de bandas de estilos similares (como Dance Gavin Dance, A Lot Like Birds, Stolas e Hail the Sun) formado pelos músicos mais proeminentes de cada uma delas; 2) Os artistas exercitam um espectro bem amplo de sonoridades em sua música, passando principalmente por uma união entre o Rock Progressivo e o Post-Hardcore.

Dito isso, talvez fique mais fácil entender onde é que as coisas saíram do trilho neste disco de estreia. Veja bem, Stay Lost não é um disco ruim, mas poderia ser melhor tendo em mente o resultado incrível do seu EP homônimo, ou mesmo do talento de cada membro em seu respectivo projeto. Correndo o risco de fazer uma piada inconveniente, a banda parece perdida no disco, pelo menos no que diz respeito a personalidade. As dez músicas do registro são um tanto caóticas, a ponto de não se achar uma identidade ao final do álbum.

Quando isoladas as partes instrumentais e técnicas, o disco é bastante interessante. As duas guitarras do grupo fazem um bom trabalho juntas, principalmente nos riffs bastante técnicos de Sergio Medina, a bateria cria padrões interessantes e os vocais melódicos de Donovan Melero também chamam a atenção. Mas, em um olhar mais aprofundado, as músicas se perdem dentro de sua própria estética, se aprisionam nesses aspectos sem ter muito mais a mostrar que seu profundo virtuosismo.

Não há tanto espaço para a inventividade e criatividade, pelo menos em comparação ao EP de estreia do grupo, mas há músicas boas. Omniphobia, segunda faixa disco, mostra uma uma harmonia intrincada entre as prolíficas guitarras do grupo e a bateria inquieta de Joseph Arrington. Psychosis Succumbing é outro ponto interessante do álbum, recheado de sintetizadores e riffs bastante climáticos, em alguns momentos criando certo parentesco com o Post-Rock. BedRoots e 1100 Days são também pontos altos da obra, onde todo virtuosismo de fato aponta para alguma direção.

Volto a repetir, Stay Lost não é um álbum ruim, mas está aquém do que poderia ser. Certamente será um disco bastante comemorado pelos fãs de Dance Gavin Dance e mesmo dos outros grupos que tiveram seus membros emprestados a Sianvar, mas não será tão fácil assim ver o público que não é adepto a esta sonoridade se envolver com o som o do grupo ou mesmo com os estilos no qual ele bebe.

(Stay Lost em uma faixa: BedRoots)

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts