Resenhas

Bon Iver – Bon Iver

Em seu segundo álbum Vernon e companhia fazem um registro muito maior que seu debut, mais expansivo e profundo. Grande sucesso o álbum esteve presente em inúmeras listas de melhor disco de 2011

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Ano: 2011
Selo: Jagjaguwar/ 4AD
# Faixas: 10
Estilos: Indie Folk, Folk
Duração: 39:25
Nota: 4.5
Produção: Justin Vernon
Livraria Cultura: 29564907

Justin Vernon, mais conhecido pelo projeto Bon Iver, lançou em 2011 um dos discos mais aclamados pelo público e crítica. Vernon veio com a ideia do projeto logo que se separou de sua antiga banda, DeYarmond Edison, na mesma vibe do Indie Folk. Em 2008, lançou o álbum For Emma, Forever Ago, um disco que traz um Folk sofrido e campestre interpretado pelos falsetes de Vernon, com belas letras e melodias, recebendo grande destaque na época.

O disco homônimo é bem diferente do debut da banda. Enquanto no primeiro só tínhamos Vernon empunhando seu violão, nesse disco temos um conjunto de cordas, metais e outros vocais que engrandecem o trabalho da banda. Grande parte dos instrumentos agregados nesse disco, foram músicos convidados por Vernon e que, de certa forma, deixaram sua marca no projeto.

Gravado numa clínica veterinária que foi transformada em estúdio, esse álbum é muito mais ambicioso e grandioso, já que as novas influências não o deixam cair numa continuação óbvia do primeiro trabalho, e mesmo com o som mais cheio, a voz e as letras ainda são o maior destaque e o maior mérito de Vernon, que consegue inovar sem perder sua identidade Folk.

Os temas continuam basicamente os mesmos. Solidão, reflexões sobre romances e um clima extremamente bucólico estão presentes em Bon Iver. Nesse disco, cada faixa representa um lugar e cada localidade traz um arranjo e um clima diferente.

Perth, faixa que abre o disco, representa a transição de For Emma para esse álbum, começando no mesmo clima do debut, e ao poucos são adicionados os elementos que dão a cara de Bon Iver. Minnesota, WI e Holocene seguem quase no mesmo ritmo, introduzindo mais novos elementos ao ouvinte, já o preparando para o que está por vir. Towers quebra esse ritmo e apresenta uma versão Country de Vernon.

Hinnom, TX é a primeira grande surpresa do álbum (e isso assustou muita gente). Com muitos elementos eletrônicos, essa música é um grande flerte com a Chillwave, num clima hipnótico guiado pela voz de Justin. Wash. é guiada pelo piano e pelas cordas. Ela vai crescendo aos poucos e abre caminho pra o primeiro single do disco, Calgary. Então nós temos a pior musica do disco, Beth/Rest, que unifica todos os elementos do álbum (que faziam sentido separados) em uma só musica, com um duelo grotesco entre o saxofone e a guitarra, além da gravação que parece ser mal feita.

O disco foi indicado a quatro categorias no Grammy 2012, entre elas a Melhor Canção com Holocene. Alguns meses antes de saber da indicação, Vernon criticou o prêmio dizendo: “Eu não acho que o álbum do Bon Iver é o tipo de disco que seria indicado ao Grammy” e, que se ganhasse, só iria pelos receber o prêmio pelos pais. Mostrando-se um disco completo, mesmo cometendo alguns deslizes, esse é um trabalho altamente recomendável.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts