Resenhas

Luísa Maita – Fio da Memória

Baseado nos graves da Eletrônica de hoje, segundo álbum da artista vem intimista e intimidador

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Ano: 2016
Selo: Independente
# Faixas: 11
Estilos: Eletrônica, Pós-MPB, MPB
Duração: 39'
Nota: 4.0
Produção: Luísa Maita e Zé Nigro

Do vermelho da foto na capa ao grave nos primeiros segundos de Na Asa, Luísa Maita deixa claro que os seis anos que separam Fio da Memória de sua estreia (Lero Lero) foram de muita inspiração, principalmente dentro da música Eletrônica, na criação de uma nova base para construir suas músicas.

Ela divide a produção ao lado de Zé Nigro, e os dois entregam onze faixas bastante surpreendentes, quer você conheça o trabalho prévio da artista (que, ainda que contextualizado ao novo século, ainda mostrava-se bastante convencional dentro da MPB), ou mesmo se teve o primeiro contato agora e percebeu o belo vocal, a métrica interessante e a ambientação densa da faixa-título, por exemplo.

O disco transita entre o intimista e o intimidador, seja pela força da voz ou dos graves, causando uma impressão de pleno deslumbre no ouvinte, como em Música Popular. Em sua maioria – Olé, Folia e Porão, por exemplo -, o que fica é o excelente resultado do exercício de ambientar as referências tão tipicamente brasileiras dentro da Eletrônica de uma forma bastante orgânica, nada caricata.

O mesmo vale para a sequência Ela, Volta e Sutil, que situam Luísa como participante ativa do momento que a música vive no Brasil como um todo, mas também fora dele. Tudo é amparado por boas letras, produção de primeira e um bom gosto pleno.

Sumida nos últimos anos, Luísa Maita faz por merecer um novo destaque nos cenários por onde passar com seu Fio na Memória – uma obra que, ainda que nem sempre envolvente, permanece impressionante mesmo após ouvida diversas vezes.

(Fio da Memória em uma música: Fio na Memória)

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BOM PARA QUEM OUVE: Lila, Barbara Ohana, Céu
ARTISTA: Luísa Maita
MARCADORES: Eletrônica, MPB, Ouça, Pós-MPB

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.