Resenhas

Omar Rodriguez-Lopez – Cell Phone Bikini

Sétimo disco da série do músico recupera experimentalisto de The Mars Volta

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Ano: 2016
Selo: Ipecac Records
# Faixas: 9
Estilos: Rock Progressivo, Rock Experimental
Duração: 32"
Nota: 3.0

Cell Phone Bikini me parece até agora o disco mais “perdido” dentro da carreira de Omar Rodriguez-Lopez nessa sua série de doze lançamentos planejados até o fim deste ano. Este é o sétimo registro e talvez o mais difícil de se encaixar nessa ou naquela “era” da carreira do músico. Explico.

O registro é tanto errático, usando elementos presente em Octahedron (2009) e Noctourniquet (2012), os derradeiros registros sua ex-banda The Mars Volta (o que significa a presença de um lado mais roqueiro e experimental nas faixas), assim como traços de Bosnian Rainbows, da banda de mesmo nome criado por Omar e Teri Gender Bender em 2013 (um aceno Pop que já apontaria para elementos deste futuro projeto).

É bem provável que este registro tenha de fato unido faixas criadas entre 2008 e 2013 (escopo de anos anunciados como limites temporais do projeto). O que se for o caso é bem interessante em explicar a trajetória sonora percorrida pelo músico entre o lançamento de seus dois últimos álbuns com TMV e sua primeira iniciativa com Bosnian Rainbows. E se torna um trabalho interessante tentar pescar esse ou aquele elemento que se torna visível em algumas dessas obras citadas – como o lado sintetizado de Amarillo refletindo em Noctourniquet, ou o lado mais radiofônico de Truth Blind Us dando as caras em Bosnian Rainbows.

Mas, tirando esse lado que me parece divertido somente aos fãs do músico e de sua bandas, o que sobra é um disco que recupera o lado mais experimental do Rock criado no fim dos anos 2000. Ainda se vê também alguns elementos do Prog Rock e de outras vertentes mais cabeçudas do estilo – sendo que ele está bem longe de ser tão acessível ao ouvinte como Umbrella Mistress ou Blind Worms, Pious Swine (dois dos lançamentos dessa atual leva de discos músico). Mais um destaque dessa obra é que mesmo explorando uma linha do tempo mais ampla e mais sonoridades de seus outros projetos, ela consegue ainda assim manter sua coerência e boa ligação entre as faixas.

O disco é capaz de mostrar toda a habilidade e potência da música de Omar, mas acho difícil ser uma unanimidade fora do círculo de seus fãs.

(Cell Phone Bikini em uma só faixa: Truth Blind Us)

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts