Resenhas

Exquisite Corps – Exquisite Corps

Banda california revela uma grande riqueza sonora ao adicionar instrumentos de cordas, principalmente o violoncelo, à sua formação Indie Rock

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Ano: 2012
Selo: Independente
# Faixas: 7
Estilos: Indie Rock, Rock Alternativo
Duração: 33:15
Nota: 4.0

A californiana Exquisite Corps explica sua formação original como “violoncelo, guitarra e uma voz” e a escolha da ordem de palavras revela alguns dos conceitos que percebemos ao longo das sete faixas de seu homônimo primeiro registro.

Em primeiro lugar, os instrumentos de cordas brilham do início ao fim de Exquisite Corps. A música de abertura, Tune Poem, encontra a beleza no som típico da afinação dos instrumentos e segue assim por dois minutos, até revelar sua bela melodia. Já Windswept monta uma estrutura na qual a frase construída pelas cordas parece uma versão popular dos prelúdios de Bach – ou seja, explicita a influência da música erudita como um dos alicerces na sonoridade que a banda montou.

Em paralelo, nessa mesma faixa, a guitarra faz um acompanhamento muito próprio do Indie Rock, nos lembrando da dinâmica do grupo como uma banda de Rock. A bateria e um baixo elétrico muito pontual fazem o trabalho de ancorar os arranjos expansivos e prontos para o voo de músicas como Carried by the Waves e I Want What I Want – talvez a menos extraordinária das canções do álbum, justamente pela guitarra ser sua protagonista, ainda que a faixa não desaponte.

Quanto à voz, ela é sempre presente, mas sempre em um menor grau de destaque. Ela é abafada, com um quê de Lo-fi e um estilo de canto comum às vertentes mais alternativas do Rock, o que nos lembra que não é aí que está o diferencial da banda. As próprias letras parecem ter menos relevância na obra, justamente por não serem muito claras no vocal. A exceção fica com a interessante Selah, que encerra o disco traçando um inusitado paralelo entre esse termo hebraico que indica uma ascensão na música com a palavra “silence”.

Assim como em muitos discos de música instrumental, as faixas tem nomes muito visuais, como Light as a Feather. São pistas do cuidado que a Exquisite Corps tem com a sonoridade de seu trabalho, que sabe se aproximar muito de alguma espécie de “Neoexpressionismo Indie” sem ser pedante – o que acaba sendo o maior mérito tanta da banda, quanto do EP.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.