Laurel é daquelas artistas que o primeiro contato já revela grandiosidade – os poucos minutos de duração de seu primeiro EP, Park, são imersivos e mostram uma voz que custa a sair da cabeça do ouvinte. Seu sotaque britânico, despojado e nada forçado, a faz transitar ao longo de quatro faixas por diferentes interações com Indie Rock e Chamber Pop, sem nunca deixar sua personalidade de lado.
Suas músicas lidam com términos de relacionamentos, e a crueza de alguns elementos musicais encantam. Maybe Baby é um Rock direto, sem grandes novidades, mas chama atenção quando a cantora aparece. Já Hurricane no apaixona de cara: pegajosa com seu refrão melancólico, a canção não revela uma artista inovadora, mas uma muito poderosa.
O Pop de sua voz é realçado pela estrutura do curto relato, no qual doze minutos são suficientes para mostrar o que Laurel quer apresentar: uma nova diva dentro da música, mas que escolheu a sonoridade crua com certos elementos alternativos para chegar em uma grande audiência. Too Far, por exemplo, é madura e já tem feições de apresentações em grandes arenas, sem desejar isso de cara. Esse curto relacionamento com a sua música nos leva a afirmar que a britânica será, em breve, um desses nomes que o buzz faz crescer aos poucos como uma chama que acende e se propaga por vontade própria.
Por enquanto, o pouco de Park é o suficiente para se manter por algum tempo em playlists de verão e melancolia, sem nunca se esquecer que espera-se ainda muito dessa britânica.
(Park em uma música: Too Far)