Resenhas

Jorja Smith – Project 11

Cantora abandona suas primeiras referências em busca de um lugar mais comum dentro do R&B

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Ano: 2016
Selo: FAMM
# Faixas: 5
Estilos: R&B, Alt-R&B
Duração: 18'
Nota: 3.0

O lado ruim de toda e qualquer promessa ou aposta é que ela pode não se concretizar. Deixar-se levar por esse espírito de euforia e esperar muito de algo que ainda não é concreto pode ser uma faca de dois gumes: de um lado, nos levando a perseguir conquistas novas e, de outro, não retribuindo toda a expectativa colocada em cima daquilo.

Digo tudo isso para apontar que Jorja Smith (dica recente do Ouça: Bandas) prometeu mais do que entregou em seu primeiro EP. Tenho que deixar claro aqui que a coleção de poucas faixas não desaponta por ser ruim, mas por estar abaixo do que ela poderia proporcionar com todo seu talento e com suas referências.

E por falar em referências, esse pode ser o motivo do compacto não corresponder às tão altas expectativas colocadas nas costas da jovem cantora. Nessas cinco músicas que formam o EP, a cantora parece ter se distanciado propositalmente daquilo que a fez ser notada: o parentesco com nomes como Amy Winehouse e Lauryn Hill – uma dupla de peso que pesa sob seus ombros, mas que, ao mesmo tempo, forneceu inspiração para seus ótimos primeiros singles, como A Prince e Blue Lights.

Deixando pra lá o que poderia ser e falando do que é, Project 11 se segura no que pretende a fazer. Jorja sabe trabalhar muito bem possibilidades dentro do R&B e, é claro, sua voz para entregar bastante energia e verdade em sua música. Something In The Way deixa isso claro logo no começo, um pontapé e tanto para um EP que, a partir daí, vai perambular por outros lugares comuns do estilo.

So Lonely se apresenta como uma balada carregada de tristeza e guiada ao piano à la Adele, mas parece não emocionar tanto exatamente por habitar um lugar bastante conhecido para quem acompanha o R&B. Carry Me Home cai mais uma vez no clima de balada, mas agora na direção de Amy Winehouse. Já Imperfect Circle fecha o EP mostrando um pouco daquilo que esperaríamos ver numa obra de Jorja: o R&B dos anos 90 com toques de modernidade e do Rap usado por Lauryn Hill. O melhor foi sem dúvidas guardado pro final, porém mais faixas como essa poderia ter tornado o compacto ainda mais poderoso.

(Porject 11 em uma faixa: Imperfect Circle)

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BOM PARA QUEM OUVE: Alessia Cara, Lauryn Hill, Amy Winehouse
ARTISTA: Jorja Smith
MARCADORES: Alt-R&B, R&B

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts