Após alguns shows elogiados em terras tupiniquins, o Band of Horses chega ao fim de 2012 com Mirage Rock, disco lançado de forma oficial por aqui pela Som Livre. Aproximando-se mais do Pop radiofônico que tocava de leve Infinite Arms, seu trabalho anterior, o álbum tem muito pouco do Rock do título e o resultado nos leva a pensar sobre quais serão os rumos da banda daqui pra frente.
O Pop, às vezes muito questionado, não é necessariamente algo ruim. Atingir um grande público é sempre bom para uma banda que, assim como outros trabalhadores, precisa, em algum momento, ganhar dinheiro para sobreviver. Entretanto, existe um certo comodismo quando grupos de Rock começam a tangenciar o estilo mais popular e, ao se depararem com um caminho mais certo para fazerem um disco de sucesso, no sentido de vendas, acabam deixando a inspiração de lado. É o que infelizmente acontece com Mirage Rock.
Sabe aquela sensação de marasmo, que tudo visto ou vivenciado parece igual, insosso e sem graça? É ela que permeia o disco. Canções vão sendo executadas, apreciadas mas sem causar nenhum grande impacto, principalmente para aqueles acostumados com os trabalhos anteriores da banda. Neles, o sentimento transparecia na voz de Ben Bridwell, o que agora só nos parece uma falsa emoção carregada de preguiça.
É em canções como Slow Cruel Hands Of Time, A Little Bibical e Everything’s Gonna Be Undone que vemos o lado mais “baladeiro” do grupo dando as caras. Apesar de serem boas faixas, elas denotam esse lado que a banda caminha com baladas calmas e bem feitas, mas sem sentimento nenhum.
Knock Knock, single de estreia, é uma tentativa de demonstrar que o lado Indie Rock do grupo ainda existe, entretanto a simplicidade da música deve assustar os fãs do Band Of Horses. Mas, como nem tudo é desmerecimento, canções como How To Live, Feud e principalmente Heartbreak On The 101 trazem um certo conforto e suspiro. A primeira é um Country-Rock bem interessante, a segunda exalta o lado Rock da banda que aparece no título do disco e a terceira é uma tentativa acertada de Ben ao cantar à la Bob Dylan.
Certamente, não é o melhor trabalho do grupo, mas deve ter um bom sucesso devido ao Pop contido e o seu lado mais voltado para as rádios. O que assusta é que o resultado desse disco talvez determine mais uma vez as linhas criativas para o próximo e, aos poucos, o Band Of Horses pode perder a sua essência e se tornar mais uma banda que toca por ai e você nem percebe. Ou talvez tudo isso seja uma miragem, uma ilusão e o verdadeiro BOH, preocupado com músicas boas acima de tudo, ainda exista.