CEP traz as iniciais de sua idealizadora: Caroline Elizabeth Polachek. Outrora metade do finado duo Chairlift e identidade secreta por trás do projeto Ramona Lisa, Caroline está, agora, definitivamente em carreira solo. Seu primeiro álbum é mais um mimo para fãs do que um atestado do porvir. Drawing The Target Around The Arrow é um conjunto de 18 faixas nas quais CEP manuseia pequenos fiapos de melodia/canção, quando muito. A maioria esmagadora delas não poderia ser classificada como “música” por ouvidos não alertados. Seriam ruídos, somente.
Apesar de ousado, o álbum já nasce condenado a ser uma espécie de etapa transitória na carreira da moça. Com um passado dedicado ao Synthpop mais retrô, Caroline não chega a convencer como uma música de Ambient ou algum outro gênero correlato. Pelo contrário, no máximo consegue soar como algo momentâneo. O legal é que os admiradores da moça podem ter acesso gratuito às canções e sua abordagem extra-ultra-minimalista.
Os únicos dois momentos em que CEP consegue um resultado minimamente próximo da Ambient Music são Singalong e Window Seat, nas quais certa construção de climas e arranjos podem ser percebidos, ainda que a primeira se pareça com um toque de celular mais antenadinho, desses contidos em smartphones de publicitários sustentáveis.
O fato de conter 18 faixas “despidas” de alguma pompa eletrônica não justifica o álbum, sugerindo que o ouvinte deveria simpatizar com esta ideia, por uma questão de estética, quando, na verdade, parece uma escolha mal feita ou apenas uma obra que não deveria surgir para apreciação pública.
Talvez Drawing The Target Around The Arrow se enquadre numa fita caseira para meditação, algo totalmente pessoal e foro íntimo. Não parece credenciado para uma análise crítica.
(Drawing The Target Around The Arrow em uma música: Window Seat)
