Resenhas

Satellite Stories – Young Detectives

Grupo finlandês soa mediano em novo álbum

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Ano: 2017
Selo: XYZ Music/Universal Music
# Faixas: 12
Estilos: Rock Alternativo, Pop Alternativo, Indie Rock
Duração: 42:59
Nota: 2.5
Produção: Barny Barnicott

Foi-se o tempo em que a gente achava legal mencionar que este ou aquele artista vinha de uma região remota do globo. A menos que seja alguém de, vejamos, Vanuatu ou Bielorússia, já não há mais quase fronteira geográfica a ser vencida. Digo isso porque o quarteto Satellite Stories vem da pouco badalada Finlândia, mais especificamente da décima sétima cidade do país, um cafundó gelado com o simpático nome de Oulu. A julgar pelo som praticado pelos sujeitos, a vida por lá deve ser igualzinha a lugares mais conhecidos e menos excêntricos. Composto por Esa Mankinen (vocais, guitarra base), Marko Heikkinen (guitarra solo), Jyri Pesonen (baixo) e Olli-Pekka Ervasti (bateria), o grupo lança seu quarto álbum, o anódino Young Detectives.

Vamos ser claros: o disco está naquela prateleira de “não é bom, mas não é ruim” e esta situação pode ser bastante subjetiva, mais ou menos no mesmo esquema do binômio copo meio cheio x copo meio vazio. O grupo faz um som “poposo” sem graça, com melodias com média suficiente para pegar prova final no fim do ano, mas precisando de pouca nota. A produção, a cargo de Barny Barnicott, que pilotou o álbum anterior, é correta, propondo arranjos medianos, com a espantosa capacidade de serem absolutamente esquecíveis. Ouvi as canções do grupo com atenção e nenhuma delas conseguiu minimamente arranhar a memória. Talvez seja a idade, talvez seja porque elas são bastante insossas.

A julgar pela participação dos sujeitos em festivais como o badalado SXSW e o Primavera Sound, além do agendamento sold out de vários shows em cidades como Londres, Madri, Estocolmo e Helsinki, dá pra notar que o povo tem boa vontade e gosta dos rapazes. Como dissemos, é um Pop moderninho qualquer nota, que tem bastante refrão com “ôôôô ôôô”, caso do single Radiant, que poderia ser bem mais interessante se os sujeitos tivessem a combinação ousadia/alegria em algum nível de prioridade mínimo. A faixa-título também tem “ôôô” mas exibe já um melhor trabalho de guitarra e uma melodia quase capaz de passar pelo nosso crivo de exigibilidade Pop. Confetti, outro single, tem início criando expectativa e, adivinha, mais “ôôôô” por todos os cantos, causando já certo aborrecimento no (ainda) compreensivo crítico. Miracle, que também tem início de formação de clima, mantém a média de “ôô” em sua letra e novamente aposta em alguma familiaridade (bem pouca, na verdade) da banda com o sacrossanto terreno das guitarras em chacundum, impressão que se desfaz por conta do arranjo pouco inspirado.

Resumindo a ópera para você, jovem: Satellite Stories é chatinho. Tem zero novidade, criatividade em quantidades abaixo do mínimo recomendado pela ANVISA e mostra-se acomodada demais para uma banda de jovens. Do jeito que a imprensa alardeia uma tal “cena indie finlandesa”, na qual o quarteto teria protagonismo, fico agradecido por não ter muito conhecimento de outros artistas de lá. Não perca tempo e vá conhecer música que realmente importa.

(Young Detectives em uma música: Miracles)

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Autor:

Carioca, rubro-negro, jornalista e historiador. Acha que o mundo acabou no meio da década de 1990 e ninguém notou. Escreve sobre música e cultura pop em geral. É fã de música de verdade, feita por gente de verdade e acredita que as porradas da vida são essenciais para a arte.