Resenhas

Chaz Bundick Meets The Mattson 2 – Star Stuff

Trio se encontra para uma homenagem ao Rock Progressivo

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Ano: 2017
Selo: Company records
# Faixas: 8
Estilos: Rock Psicodélico, Rock Progressivo, Chillwave
Duração: 43
Nota: 4.0
Produção: Chaz Bundwick

No início dos anos 1970, Pink Floyd rumava em direção às ruínas da cidade de Pompeia para gravar uma viagem musical Psicodélica em seu filme/álbum Live at Pompeii. Tocando em uma aparente comunhão com as forças cósmicas que determinam o destino dos homens, tal fórmula experimentada pela banda inglesa parece ter ficado gravada no imaginário do Rock Progressivo, sendo repetida em algumas ocasiões ao longo das últimas décadas. Vários são os exemplos possíveis, mas vamos nos atentar a este: no ano passado Chaz Budwick se dirigia para o meio de um deserto em Los Angeles para gravar o primeiro álbum ao vivo de Toro Y Moi, intitulado Live From Trona, que, é claro, também virou filme.

Sabemos que para falar de Toro Y Moi faz mais sentido evocar atmosferas nubladas e sintetizadores da Chillwave do que viagens transcendentais no deserto. No entanto, a experiência de Bundwick parece ter sido o gérmen de uma nova faceta para o músico. A prova está na música JBS, escondida entre as faixas de Live From Trona. A primeira parceria do músico com a dupla de irmãos gêmeos The Mattson 2 é também o início de uma amizade envolvida pelos ecos circulares da música que encontramos em Star Stuff.

O encontro descrito no nome da banda, Chaz Bundwick Meets The Mattson 2, se deu por “coincidência” (os irmãos Mattson precisavam de uma bateria emprestada, e um amigo em comum e acabou ligando para Bundwick), mas podemos considerar que tudo isso talvez seja, na verdade, uma armação cósmica do destino para concretizar o novo projeto dos artistas. Faz sentido pensar no cosmos e nas suas implicações místicas para descrever, como dissemos, a sonoridade Psicodélica bruxuleante de Star Stuff, cujo título é uma referência a Carl Sagan.

No entanto, não vale a pena fazer dessa viagem algo mais do que verdadeiramente é, uma jam session relaxada, um encontro feliz, porém esporádico, entre amigos. Embora os artistas tenham optado por fazer de Star Stuff um projeto novo em folha, este álbum poderia muito bem alinhar-se na linha evolutiva que a carreira de Toro Y Moi tem tido até agora. Essa nova viagem mantém um padrão alto assim como tem sido com as outras obras de Bundwick, entregando climas envolventes e melodiosos que escorrem pelo tempo e tragam o ouvinte em uma espécie de meditação guiada. Uma mistura do Jazz contemporâneo com a Chillwave Eletrônica que resultou em uma homenagem ao Rock Progressivo da década de setenta.

(Star Stuff em uma música: Star Stuff)

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Autor:

é músico e escreve sobre arte