Resenhas

Hercules & Love Affair – Omnion

Andy Butler conta história de arrependimento e superação com a voz de outros artistas

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Ano: 2017
Selo: Big Beat Records
# Faixas: 11
Estilos: Dance Alternativo, House, Nu Disco
Duração: 54
Nota: 3.0
Produção: Andy Butler

Desde que Hercules & Love Affair veio ao mundo em 2008 com seu álbum homônimo de estreia, Andy Butler vem experimentando modos de contar uma história pessoal através da música Eletrônica. Habitando um terreno transitório entre o Dance underground das casas noturnas e o Indie em expansão do início da década, Butler, impulsionado pelos seus amigos Anohni e James Murphy, foi um dos pioneiros na fusão de universos distintos em um cenário fértil da música (não é difícil imaginar, por exemplo, a influência de Hercules & Love Affair na projeção de Disclosure dentro da indústria musical).

Conhecendo o mundo das drogas cedo (Butler foi para a rehab aos 21 anos de idade), a fama conquistada pelo projeto acabou levando o artista, agora na casa dos 30, novamente para o lado negro da força. Omnion é um diário que vem contar a história de arrependimento e superação de Butler com um ar melancólico, majoritariamente através da voz de outros artistas.

Ora agressivamente, ora com delicadeza, Omnion transpõe esses relatos para o mundo da música com sinceridade. O House do produtor por vezes ganha a ansiedade do Techno e, em outros momentos, fala com a voz baixa como se estivesse contando um segredo em Synthpop; destaque para a faixa-título, com a participação de Sharon Van Etten e para Fools Wear Crowns, na qual Butler canta pela primeira vez na história do projeto.

Omnion avança como uma bola de metal colocada dentro de uma taça de cristal: gelado, delicado, incômodo, frágil. O álbum é um projeto bem diferente da estreia festiva de Butler, mas parece justamente encontrar sua força longe dos holofotes.

(Omnion em uma música: Omnion)

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Autor:

é músico e escreve sobre arte