Matt Mondanile ocupa um lugar privilegiado na música, que é o de ser uma referência dentro de um dos estilos mais disseminados da atualidade, o Dream Pop. Mesmo tendo recentemente abandonado seu posto na banda Real Estate, Mondanile tem uma trajetória sólida dentro da música que faz: desde 2009, há cada par de anos, lança com Ducktails um álbum digno de nota.
Assim sendo, Jersey Devil aposta na música carregada de reverb, entregando canções contemplativas e que denotam uma melancolia amena. O projeto segue alinhado com o que banda fez até então, assim com o que faz a correlata Real Estate.
Na resenha de In Mind, por exemplo, eu escrevi que “a banda ainda canta com gentileza, oferecendo um cafuné sonoro para a melancolia que ela própria desperta. As melodias parecem ser as mesmas de antes, os arranjos, os timbres, enfim, tudo parece contribuir para o aconchego que apenas o retorno a um território familiar pode proporcionar”, descrição que cabe como uma luva para o álbum da vez.
Para além destes, a produção Lo-Fi ajuda a pensar em projetos derivados de Mac Demarco como Homeshake ou Mild High Club. É possível pensar em Ariel Pink ou Connan Mockasin por conta dos traços psicodélicos de sua música. Para além destes, existe um aceno para um estilo de música que derrete em tempo real na a capa do trabalho, que aponta para o Vaporwave.
Com Jersey Devil, Ducktails apresenta um álbum sem grandes novidades, mas preenchido de canções reflexivas, feitas para serem curtidas na fossa de um dia chuvoso, ou nos primeiros goles de café da manhã.
(Jersey Devil em uma música: Maps to the Stars)
