Resenhas

Chvrches – Love Is Dead

Banda perde os falsos pudores em relação ao Pop e mira em grandes públicos

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Ano: 2018
Selo: Glassnote
# Faixas: 13
Estilos: Pop, Synthpop
Duração: 49:03
Nota: 3.5
Produção: Greg Kurstin, Chvrches, Steve Mac

Quem conhece o trio escocês Chvrches há alguns anos – o álbum de estreia, The Bones of What You Believe, data de 2013 – irá notar como sua veia Pop, embora sempre presente, pulsa cada vez mais forte com o passar do tempo. A princípio, parecia fazer sentido encará-lo como um projeto Indie, mais especificamente dentro do espectro Synth Pop do termo – estilo, aliás, em altíssima cotação lá no início da década. No entanto, o tempo passa, o arrojo profissional vai crescendo e Love Is Dead chega para afirmar um lugar em meio ao Pop mainstream.

Sempre houve, é claro, algo de acessível na sonoridade proposta por Lauren Mayberry e seus comparsas, equiparável aos exemplos mais simpáticos da categoria, como Taylor Swift por exemplo. Mas a atitude de Chvrches, diferentemente dessa, não é sorridente, ensolarada e tampouco extrovertida. Há algo de sombrio, frio e pontiagudo por aqui, ou seja, uma idiossincrasia que separa a banda dos líderes hiper-palatáveis da indústria musical.

A presença de Greg Kurstin na cadeira do produtor, no entanto, faz com que a banda perca seus falsos pudores em relação ao Pop, projetando no ouvido do público uma música maximalista e hi-fi, como se essa, a partir de agora, estivesse definitivamente na posição de ser headliner de festivais, de preencher estádios e, enfim, de embalar a vida vespertina das rádios. Suas músicas, em geral, apresentam letras suficientemente genéricas sobre desentendimentos amorosos, o que provoca uma identificação universal e imediata de qualquer ouvinte.

Em Love Is Dead melodias sintéticas de neon disputam o lugar com declarações amarguradas sobre a vida. O título do trabalho, aliás, ajuda a entender o tom que perpassa sobre o álbum como um todo: uma expressão rebelde e adolescentesca contra a vida. Exagerada mas, ao mesmo tempo, enérgica. Love Is Dead, sem abdicar da linha de pensamento construído pela banda até aqui, mira assumidamente em grandes públicos, sendo o álbum mais cristalino do grupo até agora.

(Love Is Dead em uma música: Never Say Die)

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BOM PARA QUEM OUVE: Imagine Dragons, Twin Shadow, Grimes
ARTISTA: CHVRCHES
MARCADORES: Pop, Synthpop

Autor:

é músico e escreve sobre arte