Resenhas

Jungle – For Ever

Obra expande som do grupo sem exagerar na dose

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Ano: 2018
Selo: XL
# Faixas: 13
Estilos: Neo Soul, Eletrônica
Duração: 46'
Nota: 4.0

For Ever, estampado em uma capa dourada, é um título digno de artistas que não cabem em medidas comuns, algo que Michael Jackson teria lançado, ou que veríamos em uma dessas bandas de Rock que fizeram muito sucesso um dia e hoje vivem do passado. O caso aqui é bem diferente, mas as motivações do grupo britânico Jungle parecem ser igualmente megalomaníacas – embora, como o disco deixa claro, isso nem sempre esteja refletido na música.

Entre referências emprestadas do Neo-Soul e seus congêneres (como R&B e Disco), seu som incorporou novos músicos (expandindo sua nomenclatura de “duo” para “coletivo”) e, ainda assim, chega acomedido, sem muitos alardes. Ao invés de “ferver a pista”, ele prefere esquentá-la sem exageros, uma cara mais Lounge que pode ter vindo de tendências globais dos últimos anos que o então duo experimentou, como festas rooftop e outros eventos ao ar livre, nem sempre noturnos.

O que Jungle viveu em turnês nos últimos anos é a inspiração declarada para o álbum. Enquanto seu primeiro, Jungle (2014) tinha sido criado em casa com duas cabeças que sonhavam em sair pelo mundo, este novo nasceu daquilo que T e J viveram nas viagens que finalmente fizeram, com menções à Califórnia em duas músicas (Heavy, California e House in LA) e todo um aspecto menos sonhador – com exceção justamente de Home, faixa curtinha que suspira saudades em meio à festa toda.

Apostando em um aspecto sonoro menos volumoso, como o que gente como Rhye tem feito, Jungle consegue diluir o que gente como Justice e Daft Punk teria feito em French House para explodir nas caixas de som. São muitos timbres e poucos decibéis, no mesmo pique divertido que Jamiroquai ou Gnarls Barkley promoveu há tantos anos brincando com referências semelhantes.

Como uma obra bem redondinha, sem qualquer excesso, For Ever nos relembra que Jungle sabe promover entretenimento de primeira em sintonia com o que vem sido produzido ao redor do mundo. Pode não ser um disco tão atemporal (ou “eterno”) assim, mas deve durar alguns bons momentos no repeat de quem quiser curtir música bem feita e “pra cima”.

(For Ever em uma música: Happy Man)

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BOM PARA QUEM OUVE: Jamiroquai, Rhye, Justice
ARTISTA: Jungle
MARCADORES: Eletrônica, Neo Soul

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.