Rosabege é um coletivo de produtores de Niterói (RJ) que, como conta o release de imprensa, começaram a fazer música sem nenhuma pretensão até perceberem que havia algo ali que poderia render. No caso, virou seu primeiro EP, Astral Mediterrâneo.
O que fica da audição não é necessariamente a despretensão, mas a impressão de um diálogo intencional com o que restou da Chillwave hoje em dia com a malemolência de quem canta em português. É como um Toro y Moi ou Washed Out criado de frente para a Baía de Guanabara, ou, de maneira mais realista, um lembrete de que o Rio de Janeiro, o Brooklyn novaiorquino e o underground de Londres conseguem estar a uma esquina de distância.
As faixas passeiam livremente por suas sonoridades (principalmente Eletrônicas) dentro do Indie, brincando com letras vagas e com a densidade oscilante de seus arranjos. Bate um vento de vez em quando, dá um mergulho, a nuvem sai da frente do sol – há sempre algo novo prestes a acontecer dentro do cenário proposto, o que faz também com que cada música seja um tanto diferente da outra, mas estão todas bem interligadas pela tal da vibe.
Mesmo com tanta vontade de ser “maneiro” (como dizem no Rio), Astral Mediterrâneo chega como um trabalho caprichado em termos de produção, aquele “cartão de visitas” que mostra bem a cara que Rosabege tem e o que é capaz de fazer – principalmente no quesito de te dar vontade de escutar seu som em uma festa ao ar livre enquanto o sol se põe ali atrás.
(Astral Mediterrâneo em uma música: Tudo Bem)