Resenhas

Empress Of – Us

Segundo álbum vem ensolarado, falando sobre amizades e enlaces amorosos

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Ano: 2018
Selo: Terrible, XL
# Faixas: 10
Estilos: Pop, Pop Alternativo
Duração: 32
Nota: 3.5
Produção: Lorely Rodriguez, Dev Hynes, DJDS, Pional, Cole M.G.N.

Us é o segundo disco de Lorely Rodriguez, artista à frente de Empress Of, projeto que chamou a atenção do público há cerca de três anos com Me, um álbum sinuoso e que conseguiu encontrar o caminho de destaque dentro do contexto disputadíssimo da música Pop. A diferença para o álbum de agora em relação ao seu antecessor é indicada nos títulos de ambos: se a estreia explorava um terreno introspectivo e ligeiramente mais melancólico, a produção da vez abraça um time de produtores que produzem algo ensolarado e acessível sobre aceitação, amizades e enlaces amorosos.

Rodriguez segue a fórmula das divas Pop de seu tempo, mas sem exagerar na produção. O instrumental responde aos temas leves das letras: voz em primeiro plano, intervenções cristalinas, texturas macias e convidativas. A artista declarou em entrevista que fez um esforço para ser o mais clara e honesta possível em relação às suas letras, sem muitos devaneios e abdicando de muitas figuras de linguagem. Deixando de lado alguns lugares comuns que surgem hora ou outra ao longo das faixas, Us cumpre o seu papel, sendo que o sintoma mais interessante dessa nova fase aconteça com letras em espanhol, com Rodriguez expressando seu DNA sem rodeios, falando diretamente com a comunidade da qual participa.

Dev Hynes é um dos produtores no time de convidados que soa como uma das apostas mais acertadas por aqui, jogando em sincronia com a artista. A maneira política com que Rodriguez se manifesta, no entanto, se dá apenas no seu jeito de ser e estar no mundo, sem falsos pudores – sua postura na capa do trabalho talvez seja uma ilustração interessante de como ela se impõe. O contexto no qual Empress Of se coloca envolve o clipe de When I’m With Him, celebrando sua cultura assim como, por exemplo, Princess Nokia faz no universo do Rap. O grau de realeza que aparece no nome de ambos os projetos talvez não seja mera coincidência, mas a consequência inevitável de uma nova realidade para artistas que preferem despir a artificialidade de suas carreiras em nome de algo mais autêntico.

(Us em uma música: When I’m With Him)

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BOM PARA QUEM OUVE: Princess Nokia, Seinabo Sey, Santigold
ARTISTA: Empress Of
MARCADORES: Pop, Pop Alternativo

Autor:

é músico e escreve sobre arte