Resenhas

Balmorhea – Stranger

Timbres acústicos, elétricos e eletrônicos dialogam em um belo disco instrumental, daqueles que trazem diversas experiências sensoriais na audição

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Ano: 2012
Selo: Western Vinyl
# Faixas: 10
Estilos: Post-Rock, Rock Alternativo, Rock Experimental
Duração: 54'
Nota: 4.0

Não é nada simples fazer boa música instrumental. É preciso quebrar uma certa erudição que o tema carrega por si só e criar obras que chamem a atenção do público sozinhas, sem palavras que guiem o ouvinte ao longo de uma narrativa lógica. Pelo contrário: Na linguagem musical, as composições feitas sem letra são as mais abstratas.

É assim que surge o novo trabalho da banda norte-americana Balmorhea, o álbum Stranger. Suas dez faixas trazem diálogos entre diferentes timbres (acústicos, elétricos e eletrônicos) em uma ambientação um tanto onírica e sempre em busca de muita beleza – e é essa a mensagem comunicada.

O disco soa otimista, cheio de cores quentes e paisagens ensolaradas em cenas de cortes rápidos e planos sobrepostos, como se cada música fosse um próprio videoclipe de suas próximas férias.

Seja cheio de energia, como em Fake Fealty e Dived, ou mais intimista, como em Shore, o disco sabe chamar nossa atenção. Ainda assim, a longa duração de algumas faixas, por mais dinâmicas que elas sejam, pode deixar a experiência de ouvi-lo um pouco cansativa, ainda que nunca tediosa.

É bom para colocar como trilha na correria cotidiana ou para uma viagem, mas é ainda melhor parar e conseguir desfrutar melhor da beleza do trabalho da Balmorhea. Arte pela arte tem disso.

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Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.