Um dos mais novos representantes do Shoegaze não poderia sair de outro lugar que não o seu berço, a Inglaterra. Assumindo recentemente a formação de quinteto, a Carousels tem uma sonoridade classuda que, ao mesmo tempo em que resgata os primórdios do estilo, traz também um toque Pop e contemporâneo, o que possibilita seu som se difundir amplamente – até mesmo ganhando fãs que não estão habituados com os maneirismos do gênero.
POP é um EP pequeno, mas retrata muito bem essa nova fase do grupo. Em suas três músicas, você vai ver todos os elementos que alicerçam o Shoegaze e Noise Pop, como ondas de distorção, microfonias e um vocal por vezes arrastado, mas que ganham um tempero do estilo que dá nome à obra.
Over Me abre o EP com uma energia incontida que é demonstrada através das guitarras frenéticas e dissonantes, uma bateria que parece ser surrada e linhas de baixo agressivas. Com altos e baixos, a faixa se divide em momentos mais barulhentos e outros mais calminhos, principalmente no refrão. O toque de graciosidade vem do duo de vocais de Nick Benton e Lucy Wilson.
A música seguinte poderia ser considerada esquizofrênica. Sweet Honey alterna novamente entre momentos mais pungentes e outros mais etéreos e parece brincar em tirar ou adicionar peso de sua bela construção melódica. Mesmo com essa estética sujinha essa é a grande aposta Pop do grupo que consegue um bom resultado ao trilhar este caminho.
All I Could Do parece inverter a polaridade de Over Me. Enquanto a primeira faixa do EP tinha seus momentos mais calmos durante o refrão, ela aumenta o nível de distorção e o volume de suas guitarras durante eles. Se aproximando do Dream Pop, esse é um momento em que se vê com mais clareza toda doçura e o potencial apaixonante dos vocais de Nick e Lucy.
POP é um EP empolgante e doce ao mesmo tempo, sabendo dosar muito bem o nível de cada um destes elementos. Destilando o velho Shoegaze, a banda parece encontrar em sua essência o combustível para uma nova mistura e injetar um novo ânimo ao estilo.