Resenhas

Blood Red Shoes – Water

Curto e potente, o novo EP do duo inglês decide jogar fora sua velha fórmula, que já vinha reaproveitando desde seu primeiro disco, e se sai bem

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Ano: 2012
Selo: V2 Records
# Faixas: 3
Estilos: Indie Rock, Lo-fi, Noise Pop
Duração: 9:23
Nota: 3.5

O saudosismo parece ter tocado o coração da dupla Steven Ansell e Laura-Mary Carter, que parece tentar resgatar dos primórdios da Blood Red Shoes toda a energia e pungência que a fez angariar tantos fãs logo em seus primeiros trabalhos.

Mesmo que o lançamento físico de Water esteja previsto somente para 2013, o duo resolveu adiantar um presente de natal para os fãs e disponibilizou-o desde já – e “presente” me parece a palavra certa para descrever esse EP, ainda mais se ele for destinado a quem já segue a banda há algum tempo.

Se em In Time To Voices a dupla abusou de uma fórmula enfadonha que buscava encontrar um meio termo entre o Pop e o que sobrou da barulheira herdada de seus primeiros discos, em Water o duo parece quebrar com essa monotonia e mais uma vez aproveita o que sabe fazer melhor: barulho.

As três faixas, que somadas não ultrapassam a marca dos dez minutos, parecem na verdade jogar aquela fórmula (reaproveitada ao longo dos anos) no lixo e recomeçar desde o zero a esculpir uma nova sonoridade para a banda. A volta às origens garageiras é evidenciada pela estética Lo-Fi que parece ser propositalmente produzida pelo duo. Portanto, as arestas “a mais” e toda a aspereza sonora deste EP são feitas para soar exatamente assim.

Red River abre o EP aos som da guitarra rasgada de Laura e a bateria acelerada de Steven. Com refrão marcante, riffs pesados e muitos efeitos na guitarra, a faixa mostra uma boa dose desse novo Rock garageiro que a banda adota para este trabalho. Black Distractions também descarrega riffs pesados em cima do ouvinte, mas controla a sensação de “soco no estomago” despejando também uma boa dose de boas melodias. Fechando o trabalho com sensação de dever cumprido, Idle Hands desacelera o passo e aposta mais uma vez no amálgama de barulho e melodia, criando uma canção que apresenta algumas texturas que parecem ter saído do Noise Rock inglês.

Curto e potente. Essa parece ser a nova marca do duo inglês que decide jogar fora a velha fórmula que já vinha usando desde seu primeiro disco.

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BOM PARA QUEM OUVE: Tribes, The Subways, The Kills
MARCADORES: Indie Rock, Lo-Fi, Noise Pop

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts