Resenhas

Is Tropical – Flags

Novo EP do trio inglês experimenta, mas não traz nenhuma novidade de verdade, somente uma coleção de colagens sem sentido

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Ano: 2013
Selo: Kitsuné Records
# Faixas: 4
Estilos: Eletrônico, Eletrônico Experimental
Duração: 15:30
Nota: 1.5

Pelo que o trio inglês Is Tropical afirmou, a banda está em “processo de desintoxicação” da música preparada para as pistas de dança herdada de seu primeiro disco, Native To. Para tal, o grupo usa o máximo de elementos eletrônicos e se concentra em experimentações que vão exorcizar o espírito de sua primeira obra. Mesmo explorando novas paisagens sonoras, os ingleses inovam pouco e não criam algo que realmente justifique o lançamento de Flags.

Com apenas quatro músicas, o EP faz uma viagem a América Latina, referenciando países da região e trazendo um convidado especial em cada uma delas. A abertura fica por conta da pesada Mexico, feita em parceria com Goodbye Leopold, que apresenta sintetizadores distorcidos e reverberantes a conduzindo. Experimentando com compassos diferentes, a música segue uma batida lenta acompanhada por um vocal borrado que emula um coro de diversas vozes. Em seguida, Oi Peru (produzida por VISIONS) cria um misto sonoramente estranho entre piano, cordas e sintetizadores furiosos. A faixa ainda apresenta algumas inclusões de texturas granuladas e sons agudos que ficam boiando por toda sua extensão – mesmo seguindo uma melodia Pop, a música perde sua acessibilidade por tantas inclusões de elementos dispersos.

Maria’s Colombia é a melhor música de Flags, ou pelo menos a que menos se envereda no experimentalismo sem sentido que o trio faz neste EP. Acompanhada por uma batida potente e sem conter o nível de estranheza visto até aqui, ela se torna a faixa mais agradável e dançante de toda a obra. Venezuela, feita em parceria com Get People, é outra que toma certa distância do nonsense e, com sua boa melodia aliada às batidas e à percussão, cria um misto interessante para fechar o curto EP.

No geral, Flags destoa do que foi apresentado em Native To e também não aponta para o que será apresentado no próximo disco do trio. Portanto fica difícil afirmar qual foi a real pretensão da banda ao criar este EP.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts