Brincar com tantos instrumentos em Lysandre, seu primeiro álbum solo, parece não ter sido o suficiente para Christopher Owens, que lançou, três meses depois, uma versão voz-e-violão para a mesma obra, batizada como Lysandre Acoustic Album.
O disco traz dez das onze músicas originais, distribuidas agora em oito faixas (as duas vezes que o tema principal aparecia isoladamente foram incorporadas por Here We Go e Everywhere You Knew. Fora a ausência de Riviera Rock, tudo segue o mesmo curso do álbum, só que sem todas as camadas que incluíam os outros timbres.
E o violão aparece aqui em sua primeira versão, bem como o ouvimos em Lysandre. Mas lá ele era uma parte no todo e esse “copiar e colar” – não adianta – deixa a impressão de que falta alguma coisa.
Sim, há silêncios que não precisavam existir (onde antes havia outros instrumentos), como em New York City, e eles incomodam a ponto de nos distrair da letra e vocal – que deveriam ser os protagonistas da obra, enquanto o violão entraria como apoio.
Acaba sendo uma obra que não consegue se desprender da original. Se ouvíssemos novos arranjos feitos para o violão brilhar em seu monólogo, a história seria outra. Porém, é o tipo de lançamento que só vai agradar alguns dos entusiastas do álbum, além de talvez um ou outro que prefira o solelóquio do dedilhar aos instrumentos de sopro com guitarra e bateria que ouvimos em Lysandre.
É claro que ficou ainda mais íntimo, a ponto de notarmos o quanto Owens canta perto do microfone, mas quem já conhece as músicas fica esperando a flauta entrar aqui ou o backing vocal ali. Me incomoda precisar concluir isto, mas, por mais beleza que naturalmente tenha, o disco acaba com cara de oportunismo para a turnê voz-e-violão que o músico fará (bem mais barata do que uma em que é acompanhado por banda).