Em Bloodworks, o segundo EP do quinteto inglês Phoria, a banda deixa claro seu talento em criar um misto atmosférico entro o Post-Rock e o Post-Dubstep/R&B, disperso em canções envolventes e melodias charmosas que ora remetem ao som dos islandeses do Sigur Rós, ora ao do inglês James Blake.
A obra começa com Posture – estranhamente a música que mais destoa do restante das canções. Ela se constrói lentamente através de batidas quase Industriais e de um singelo xilofone que juntamente às pesadas texturas constrói um fundo ébrio para o vocal gentil e quase sussurrado de Trewin Howard. À marca dos dois minutos, ela explode e tem um dos momentos mais dramáticos de todo o EP. Em seguida, Red apresenta mais do que veremos pela frente. Esta, mais no caminho do R&B, é uma suave balada levada ao piano e palmas e com claras influências de artistas como Flying Lotus e Atoms For Piece, quando adiciona recortes sonoros e efeitos eletrônicos à canção.
Scopes se ergue a partir de dois pilares: a guitarra dedilhada em loop e os sintetizadores nevoentos – lembrando Radiohead em alguns momentos. Esses dois elementos servem de base para o restante (bateria, baixo, voz e texturas) se agrupar a seu redor. Once Again, assim como o principal single do EP, Red, é uma gentil balada guiada pelo piano e pelas leves batidas eletrônicas – se apresentando ao mesmo tempo um pouco mais atmosférica e econômica que sua irmã. A bela Set Your Mind On It fecha Bloodworks sendo uma das faixas mais estruturadas da obra. Seguindo o modelo verso/refrão, ela se mostra, assim como nas demais canções, parcimoniosa em seus elementos, que aparecem durante todo o disco muito bem produzidos e claros.
Apesar de ter somente cinco faixas, o EP chega perto dos 30 minutos – que não se tornam nada cansativos. Nesta obra, o quinteto inglês atinge um resultado de elevação de espírito com faixas e letras muito bonitas e tocantes, mas que poderiam se diferenciar um pouco mais umas das outras.