Resenhas

Lana Del Rey – Born to Die

Depois de conquistar a Internet com a faixa “Video Games”, a nova musa tenta atender as expectativas dos fãs tão ansiosos por seu primeiro álbum, o que fica difícil com faixas tão diferentes da música que a tornou conhecida mundialmente

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Ano: 2012
Selo: Stranger, Interscope
# Faixas: 12
Estilos: Pop, Indie Pop
Duração: 49:20
Nota: 2.0
Produção: Emile Haynie
Livraria Cultura: 29295585

O disco mais hypado de 2012 é lançado dividindo opiniões, com alguns fãs devotos mais do que satisfeitos com Born to Die, enquanto outros (inclusive adoradores de Lana Del Rey) se decepcionaram grandemente. E se você faz parte dos que olham a moça com certa indiferença, provavelmente continuará com a mesma atitude depois de ouvir o álbum.

Lana conquistou uma legião de seguidores com o clipe meio caseiro, meio vintage Video Games no segundo semestre de 2011. A onda continuou com o pomposo Born to Die, dessa vez uma produção grandiosa que gerou ainda mais exposição à cantora. Ela segue a tendência de artistas pop que constroem um personagem sólido ao redor de suas próprias experiências, como Lady Gaga e Adele, conferindo certa “alma” à sua música, mesmo como um visual pouco cotidiano, ainda que nada tão bizarro como Gaga – algo mais parecido com, talvez, Florence Welch, da Florence + The Machine.

Mesmo com todas essas comparações gerais, o som que ela faz tem um “quê” de originalidade, já que é difícil pensar em outra artista conseguindo muita atenção ao fazer uma música com inspirações tão diversas, em uma pegada do começo do século 20, meio música de cabaret, mas com uma cara contemporânea e urbana ao mesmo tempo.

Abrindo o disco, a faixa-título não revela necessariamente o som que ouviremos dali pra frente. Mesmo a dramacidade dessa canção, a mesma de Video Games, é amenizada em produções bem menos intensas, como Off to the Races, National Anthem (ambas já semi-hits desde que vazaram na Web) ou a insossa Diet Mountain Dew. Ao longo de suas doze faixas, a obra varia o suficiente para desagradar quem estava com a expectativa de ouvir mais do mesmo, mas não arrisca o suficiente para ganhar a simpatia de novos ouvintes.

Canções como Million Dollar Man revelam o som que mais combina com a voz de Lana, de quem a imagem tão marcante faz com que seja fácil visualizar seus lábios enquanto ouvimos alguns dos versos, sempre sensuais e meticulosamente construídos para serem identificados como sinceros.

É difícil imaginar Born to Die como o trabalho decepcionante de uma artista que prometia muito e não conseguiu cumprir. Talvez, o disco sirva para agradar o público certo e esclarecer para quem tinha muitas expectativas que ela é uma artista legal, só não tudo isso que se imaginava.

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BOM PARA QUEM OUVE: Florence + The Machine
ARTISTA: Lana Del Rey
MARCADORES: Indie Pop, Pop

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.