Resenhas

Alpine – A Is For Alpine

Reestreia mundial do sexteto australiano mostra boas canções, porém inseridas na zona de conforto Pop da banda que em 2010 trazia grande frescor ao gênero

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Ano: 2013
Selo: Ivy League Records
# Faixas: 12
Estilos: Indie Pop, Synthpop
Duração: 39:08
Nota: 3.0
SoundCloud: /tracks/77131124
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fa-is-for-alpine%2Fid

Este é na verdade o relançamento mundial de A Is For Alpine, debut quase homônimo do sexteto australiano Alpine. Originalmente lançado em 2012 na Oceania, o disco chega ao mundo inteiro mostrando a capacidade radiofônica do coletivo, alguns hits realmente impressionantes, mas também a falta de criatividade e de mais particularidades. Se pegarmos como exemplo o ótimo EP Zurich, lançado em 2010, a banda conseguia manter em todas suas faixas grande inventividade, senso de direção e propósito, e uma qualidade Pop que destingia o grupo dos outros tantos nomes no mundo do Indie Pop – uma obra robusta e feita sob medida para agradar uma vasta gama de ouvintes.

Infelizmente isso não acontece aqui. O disco, mesmo que muito divertido, parece ficar preso em algumas poucas ideias que tentam elevar ainda mais o teor radiofônico da obra – o que acaba por criar certa mesmice, previsibilidade e às vezes a sensação de ouvir faixas se repetindo ao decorrer do álbum. O grupo parece se dedicar tanto em brincar com os timbres de guitarra, sintetizadores e com as vozes de Lou James e Phoebe Baker, que as composições por mais adocicadas e leves que sejam, parecem também ser muito mecânicas – longe de despertar o fascínio visto em seu primeiro EP.

Ainda assim, A Is For Alpine rende bons momentos dançantes – e ótimos singles (Gasoline está aí para provar isso). O proto-Indie Rock de Villages, a sensual Softsides, a pulsante In The Wild (talvez a faixa que mais estabeleça sua diferença dentro do álbum), The Vigour (mesmo recorrendo a muitos clichês) e, claro, Gasoline, rendem estes bons momentos do álbum. Já o restante peca pela previsibilidade e por apresentar um som que se encaixa perfeitamente no cenário Indie Pop atual – não que isso seja necessariamente ruim, mas para uma banda que se estabelecia com o ponto fora da curva (e isso é ótimo), estar nela em seu primeiro lançamento é algo, no mínimo, curioso.

Este álbum é, sem dúvida alguma, muito bem produzido, em grande parte bem divertido e essencialmente Pop, porém delimitado pela zona de conforto da banda (que anteriormente conseguia transitar pelo experimentalismo Pop com mais desenvoltura). Muito do que fazia seu som revigorante se diluiu em faixas sem muita personalidade, mas ainda assim trazendo a grande aura radiofônica. Certamente este é um disco que vale (e recompensa) sua audição, sinda mais se você não espera tanto do sexteto. Entretanto, abandonar a zona de conforto faria bem para o Alpine.

Alpine – Gasoline

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BOM PARA QUEM OUVE: STRFKR, Phoenix, Atlas Genius
ARTISTA: Alpine
MARCADORES: Indie Pop, Synthpop

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts