Resenhas

The Child of Lov – The Child of Lov

Estreia do músico holandês é fraca, apesar de mostrar algumas qualidades que não foram muito bem executadas.

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Ano: 2013
Selo: Domino Records
# Faixas: 10
Estilos: Soul Pop, Eletrônica, Hip Hop
Duração: 40:00
Nota: 2.5
Produção: The Child of Lov

O que achar de um debut que tenha como participações especiais de Damon Albarn, líder de Blur e Gorillaz, DOOM, rapper que tocou no Sónar 2012 e é conhecido por suas diversas personas musicais, além de o ótimo baixista Thundercat? Com certeza, traz muita responsabilidade para o músico envolvido em questão o holandês The Child of Lov e infelizmente ela não é satisfeita em álbum entitulado The Child of Lov.

A sonoridade pega alguns elementos do Pop, Soul e da música eletrônica misturando-os a batidas mais cadenciadas e repetitivas. A voz lembra alguns momentos do TV on the Radio, principalmente com esta banda puxa uma levada mais Soul. No entanto, vemos aqui um exercício pobre do potencial do projeto, com faixas extremamente repetitivas e com pouca criatividade melódica. Em Call me Up, música de abertura, o refrão é cantado diversos vezes enquanto a batida não evolui em nenhum momento. Tanta repetição traz um sentimento claustrófobico, que traz até uma certa nauséa ao ouvinte.

O single de lançamento, Heal, é bem interessante ao lembrar muito Gnarls Barkley com um vocal cortado e um coro de vozes de fundo, fazendo uma boa mistura entre Rock e Soul. No entanto, a faixa pode ser resumida em poucos 40 segundos que são seguidamente feitos de novo e de novo. Chega a estranhar um tamanho com a participação de tantos nomes famosos se mostrar tão imaturo em sua execução. Dá a impressão que música é uma arte simples de ser feita, o que pode até ser verdade,mas que não garante em nenhum momento que os bons resultados venham sem esforço algum.

One Day com Albarn, pode ser considerado um bom momento por trazer algo novo ao disco, neste caso a voz do líder do Blur. Mas a levada letárgica que segue a obra, puxa as expectativas para baixo, e mostra-se lenta demais para que as atenções estejam focadas no trabalho. Owl com Doom, é interessante por trazer uma levada acústica misturada a uma cítara indiana. A participação do rapper, versando muito bem sobre as batidas é um sopro de entusiasmo em um álbum que prometia tanto.

O vocal de Child realmente incomoda, por ser idêntico em praticamente todas as músicas. A salvação fica por conta da tríade Fly, Warrior e Give it to the People. As duas primeiras são claramente exercícios inspirados no TV on the Radio, e são bem sucedidos, principalmente Warrior que traz uma melodia em falsete que fará os fãs de Staring at the Sun vibrarem. A última é uma brincadeira meio ReggaeDub que traz um sopro um pouco mais ensolarado a um disco repleto de texturas escuras e repetitivas.

Child of Lov é a prova de que um bom lineup de participações nem sempre leva a um bom resultado final. Apesar de ser basicamente um disco com faixas semelhantes em sua sonoridade, estrutura e problemas, algumas músicas se salvam e trazem uma certa, porém, pequena, relevância ao debut do músico holandês. Se sobreviver a um próximo disco, esperamos que ele o faça de forma menos preguiçosa e mais inspirada do que simplesmente a incorporação mal-feita de inspirações externas.

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Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.