Resenhas

Opala – Opala EP

Maria Luiza Jobim e Lucas de Paiva reforçam a artilharia de uma nova cena eletrônica munidos de singles leves e fluídos

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Ano: 2013
Selo: Independente
# Faixas: 5
Estilos: Eletrônica, Dream Pop, Synthpop, Chillwave
Duração: 21:00
Nota: 4.0
Produção: Maria Luiza Jobim e Lucas de Paiva
SoundCloud: Maria Luiza Jobim e Lucas de Paiva iniciam bem sua carreira em singles leves e fluídos

A nova cena eletrônica do Rio de Janeiro que emerge entre os gêneros já emplacados há anos no local é responsável pelo surgimento de Opala. O onipresente Lucas de Paiva que toca com Mahmundi e também tem seu projeto próprio (People I Know) arrumou mais uma lacuna no seu tempo para se juntar a Maria Luiza, a caçula de Tom Jobim, que deixou pra trás a banda Baleia e apostou de vez numa sonoridade em ascenção no Brasil.

O trabalho de estreia da dupla dá sequência a ideais desbravados no Brasil pelos nomes SILVA e Mahmundi e ainda assim vem como a maior força entre novos nomes cariocas, surgindo também a seu lado os artistas Apollo e Secchin. Absence To Excess abre o fugaz registro com batidas marcadas e segue entre o minimalismo e o dançante, já que em vários momentos a canção é marcada apenas pelos vocais duplicados e pela percussão eletrônica, sem deixar que o ritmo caia no óbvio em momento algum. Em seguida, o principal single Two Moons vem como a mais detalhista e sensível música do extended play: A sábia amarração eletrônica entre a percussão soa semelhante a batidas do coração e as vocalizações de Jobim e backing vocals de Marcela Vale casam com a malha de sintetizadores de forma ímpar e intrínseca.

Come Home é quase o Lado B de Absence que abre o disco. Ela pode se emaranhar facilmente entre os vários Synthpops desacelerados que hypam entre blogs seletivos sem deixar escapar sua origem brasileira. A faixa tem potencial para ecoar em pistas de dança tímidas, servir de trilha para passarelas de alta costura ou até ambientar festas intimistas que procuram um ideal mais conceitual. A duplicação de vozes e uma Chillwave adaptada é vista mais uma vez em Make It Shake, que traz um pouco da Bossa do Brasil para uma produção experimental fluída. Shibuya encerra o rápido EP com inserções mais grandiosas e que crescem a cada sample, sugerindo ao ouvinte o que ele deve esperar do primeiro álbum. Luiza e Lucas demonstram em suas criações adocicadas e que respaldam na timidez que vieram para ficar e quebrar paradigmas, mostrando sua plena forma de inovação e criatividade através de hits downtempo que acalentam os corações sendentos por novidade nacional.

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BOM PARA QUEM OUVE: Mahmundi, James Blake
ARTISTA: Opala

Autor:

Jornalista por formação, fotógrafo sazonal e aventureiro no design gráfico.