Resenhas

THUMPERS – Unkinder

Embora acompanhado por faixas que pareçam uma série de exercícios experimentais, duo lança excelente single

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Ano: 2013
Selo: Transgressive Records Ltd.
# Faixas: 5
Estilos: Pop Aternativo, Indie Eletrônico, Eletrônico Experimental
Duração: 23:29
Nota: 3.0
Produção: Marcus Pepperell, John Hamson Jr. e David Kosten
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Funkinder-ep%2Fid6534

Pop na alma e experimental na forma. Esta auto-descrição da dupla britânica de Pop Alternativo THUMPERS cai como uma luva e prova que Marcus Pepperell e John Hamson Jr. sabem exatamente o que estão fazendo, numa consciência lúcida do que produzem que pode ser rara para ambos os estilos em que se encaixam, tanto na música Experimental, quanto na Pop.

Unkinder gira, basicamente, em torno da música que dá nome ao mesmo. Abrindo o EP de forma excelente, a versão original da faixa Unkinder (A Tougher Love) é um ótimo hit, de roupagem eletrônica recheada de sintetizadores, mas guiada por refrões grudentos e repetitivos (porém, nada vazios como tanto se vê nas piores vertentes do estilo) e bateria dançante que elevam o espírito do single ao melhor do Pop dançante contemporâneo.

Embora o EP inaugure a experiência como uma estratégia excelente para grudar em seus ouvidos com seu hit chicletento e te convencer a permanecer com a dupla até o final do EP, a partir da segunda faixa, a dupla muda de rumo e gradativamente altera o seu curso em direção a musica experimental, abandonando o Pop e recaindo na Música Eletrônica ligeiramente mais hermética.

A segunda faixa, descolada do resto do álbum, assume uma atmosfera onírica que remete muito à excelente Comfy in Nautica, da já aclamada Panda Bear. Mesmo clima nostálgico, mesmos recursos estéticos no uso dos coros e fazendo uso de linhas melódicas muito semelhantes, Marazion Bay (até as referências aquáticas nos títulos estão presentes de forma semelhante, e que não à toa, sugerem o clima da música) é um respiro solitário em meio as outras quatro faixas. Logo em seguida, re-acelerando o ritmo, segue a cover Innocence, e, portanto, a mais experimental, que conta com a parceria de Gaggle e mostra que as lições que Bjork vem nos dando desde a década de 90 ainda se alastram até as referências atuais e sempre haverá de influenciá-las. Encerrando o EP, seguem dois remixes do carro chefe atual do projeto, Unkinder.

Como um todo, Unkinder EP é incongruente e menos autoral do que seu lançamento anterior (o Dancing’s Done), contando com uma cover e dois remixes num álbum de apenas cinco faixas, parece uma oportunidade de lançar um ótimo single de Pop Alternativo, no qual a banda encontra sua verdadeira expressão artística fazendo o que sabe de melhor, embora ciceroneado por exercícios experimentais (contudo, em tempo, sejam talvez justamente tais exercícios experimentais que mantenham o nível do Pop muito acima do raso que se vê por aí) que servem para suprir a natural falta de produção deste projeto recente.

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Autor:

é músico e escreve sobre arte