Resenhas

Nadine Shah – Love Your Dum and Mad

Obra aponta o início de uma longa jornada da artista em busca de sua obra autoral, perseguindo o difícil caminho das composições confidenciais

Loading

Ano: 2013
Selo: Apollo Records
# Faixas: 11
Estilos: Doom Folk, Indie, Singer-Songwriter
Duração: 47:10
Nota: 3.0
Produção: Ben Hillier
SoundCloud: https://soundcloud.com/nadineshah-1/1-dreary-town
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Flove-your-dum-and-ma

Nadine Shah aposta no clima sombrio do duo “piano e voz” para percorrer os caminhos de sua estreia solo em Love Your Dum and Mad, primeira obra autoral que se concretiza como o início de uma longa jornada para a artista.

“I was once a virtuous” canta Nadine Shah no primeiro verso de sua To Be a Young Man. A impressão que deixa é a de que, na verdade, a cantora ainda o é. O que eu quero dizer com isso (porque, obviamente, ninguém abandona sua técnica e esquece de sua história de vida de uma hora para outra) é que ficam evidentes que estes são os primeiros esforços da cantora, que está lentamente se movendo da atmosfera puramente técnica para a criativa. A técnica vocal de Shah é exuberante e preenche toda a audição do álbum. Linhas de piano super simples, que por vezes (na verdade, por muitas vezes) se alternam apenas em dois acordes, apoiam-se na contundência da voz para dar suporte à relevância das faixas.

Em todos os elementos há a evidência da busca por alguma crueza. Desde o uso de um “reverb natural”, que deixam a impressão de algumas faixas foram gravadas numa espécie de galpão (artifício que fica bastante evidente em Dreary Town), até na capa, na arte com aspectos de “desenhos feito por pessoas com doenças mentais” com duas figuras assustadoras, levemente obscenas, e de palavras com letras tortas, típico clichê cinematográfico para demonstrar “mentes angustiadas”.

Começando a traçar sua própria jornada, segue a trilha de grandes mulheres como Pj Harvey e Fiona Apple para uma obra autoral, crua, confidencial e, porque não dizê-lo, obsessiva. Soturno, com ares de amargura e tristeza, Love your Dum and Mad mostra Nadineh Sah escavando a própria obra em busca do há para ser dito. Ainda está no caminho.

Loading

BOM PARA QUEM OUVE: Nick Cave, Fiona Apple, PJ Harvey
ARTISTA: Nadine Shah

Autor:

é músico e escreve sobre arte