Resenhas

Goodie Mob – Age Against the Machine

Fraco disco do grupo de Cee-Lo Green evidencia outras preocupações além da própria música e acaba decepcionando bastante

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Ano: 2013
Selo: The Right Records
# Faixas: 18
Estilos: Hip Hop
Duração: 47:40
Nota: 2.5
Produção: Goodie Mob

A volta do Goodie Mob, grupo de Hip Hop liderado por Cee-Lo Green com mais de 20 anos de estrada não poderia ser mais grandiosa do que o vemos em Age Against the Machine, um disco repleto de excentricidades, excessos e que permanece incerto em relação a sua durabilidade no meio. Junto com os rappers Khujo, T- Mo e Big Gipp a obra parece ter grande influência dos blockbusters norte-americanos, filmes conhecidos mais por sua ação do que conteúdo.

As batidas aqui são prolixas e com excesso de informação em muito casos. I’m Set parece perfeita para um filme de velho-oeste menos intenso que Django Livre e o resultado final deixa um pouco a desejar, assim como Power uma faixa divertida, mas confusa dentro do disco como um todo. Na verdade a confusão e a grande combinação de inspirações acabam deixando o disco sem uma unidade muito bem estabelecida o que acaba deixando Age Against com uma cara muito mais de coletânea do que uma obra coesa.

Sem parecer o chato aqui, temos grandes músicas aqui que conseguem realmente evidenciar o talento de todos os artista envolvidos. Vallejuah tem uma batida viciante, minimalista mas não consigo achar o refrão coincidente com toda a energia despejada nos versos. Enquanto Pinstripes com T.I parece radiofônica em excesso, adequada para qualquer filme que venha por ai dos Velozes e Furiosos. A linda Janelle Monáe faz uma participação tímida em Special Education, canção influenciada pelo Dubstep e que carece de uma maior vibração ou simplesmente sinceridade.

Tudo bem que a proposta aqui está muito longe de um disco confessional de Hip Hop ou que siga a tendência inversa vista em outros artistas por aí. Certamente a intenção aqui é unir o melhor dos músicos envolvidos e tentar criar uma obra que possa ser o mais vendável possível no meio, algo que certamente eles conseguirão. No entanto, é complicado acreditar que o álbum possa sobreviver na memória da música por muito tempo. Algumas faixas aqui são realmente dispensáveis como State of the Art ou Come As You Are, momentos tão verdadeiros quanto notas de três reais, soprando na verdade dinheiro na conta dos artistas mas carecendo de originalidade.

Concentrado sobretudo no nome de Cee-Lo Green, o Goodie Mob derrapa fortemente em seu mais novo empreendimento, manchando um pouco a história de um grupo que contribuiu com embrião do Outkast, por exemplo. O único momento que parece ainda tentar algo diferente ou ao menos criativo acaba ficando com a balada Kolors, canção que tem na sua última parte, com alguns instrumentos de sopro emulados, o único momento de emoção em todo o disco. É óbvio que obras grandiosas, cheias de efeitos como Age, encontrarão certamente o seu público e sucesso, no entanto, não quer dizer que seja realmente boa ou que valha a sua audição por muito tempo. Talvez uma música esparsa do Ipod até vá funcionar mas não espere muito aqui deste álbum como um todo.

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BOM PARA QUEM OUVE: Jay-Z, Kanye West, Cee Lo Green
ARTISTA: Goodie Mob
MARCADORES: Hip Hop

Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.