Resenhas

Babyshambles – Sequel To Prequel

Novo disco de ex-Libertines se aventura por gêneros musicais mais Country e Blues, misturados com a agressividade de Pete Doherty

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Ano: 2013
Selo: EMI/Parlophone
# Faixas: 12
Estilos: Rock, Country, Blues
Duração: 43:21
Nota: 3.5

Para quem nunca ouviu falar dessa banda, você só precisa saber uma coisa sobre ela: Pete Doherty. Após a saída conturbada do músico de sua famosa banda The Libertines, ele começou a investir nesse projeto com bastante força, tornando-se assim sua principal atividade hoje em dia. Babyshambles também já teve a honra de agregar à sua formação o baterista do extinto Supergrass, Danny Goffey. Portanto, motivos não faltam para você escutar a obra do conjunto, bem com seu novo lançamento, Sequel To Prequel.

O disco possui a energia e marcas registradas de Pete Doherty. O carregadíssimo sotaque inglês embala as músicas ressaltando ao máximo o Brit Rock das veias do cantor. Faixas mais agitadas dão espaço aos gritos que excitam os ouvintes e os fazem querem dançar a noite inteira. Dessas composições mais parecidas com o estilo The Libertines de tocar, podemos destacar a faixa de abertura Fireman, que explode os ouvidos do ouvinte com um riff estridente de guitarra que se junta a uma bateria dançante e poderosa.

Entretanto, não é só pelo fato de Doherty estar na banda que o disco vale a pena ser ouvido. Com uma produção muito bem executada, o disco abrange diversas influências e gêneros musicais tirando o Babyshambles da sombra de The Libertines. Músicas mais calmas e com arranjos mais suaves e tranquilos ganham espaço no disco, representadas por New Pair e Mine Field. Riffs com potencial chiclete bem alto acabam se mostrando pouco, mas as faixas que os possuem se mostram bem divertidas, como Seven Shades e Farmers Daughter (essa última se destaca por mesclar uma ambientação calma com frases de guitarras tensas e distorcidas).

E talvez um dos estilos que mais destacam o disco seja o Country/Blues. A composição que dá título ao disco (Sequel To The Prequel) mostra um divertido arranjo, passível de possuir uma versão ao vivo na qual solos serão feitos em cima dela incansavelmente (no melhor estilo: músicas infinitas, como Hey Jude, dos Beatles, ou Knocking On Heavens Door, do Guns’n’Roses). Do Country, vale ressaltar também a faixa Fall From Grace e sua característica batida de festas caipiras americanas. Curioso notar que, em meio a essa pluralidade musical, a voz de Doherty (tão conhecida por uma proposta mais Punk e agressiva) se molda a todas essas propostas.

As letras desse disco são diversificadas, nos mostrando que a mente de Peter Doherty é algo de fato sem limites. Desde propostas para passear um dia no zoológico em Penguins (“We could see monkeys, we could see snakes / We could see penguins, oh, penguins are great!”) até se ver em uma cama de hospital filosofando sobre a liberdade dos homens, em Picture Me In A Hospital (“Picture me in a hospital, The blood runs cold and hall are full of undesirables preaching parables”).

Com um disco bem eclético, mostrando diversas influências e momentos comuns da obra de Pete Doherty, Sequel To Prequel tem tudo para agradar fãs mais velhos como desconhecedores do conjunto. Um disco para se escutar tanto em casa, fumando cigarro e lendo Bukowski, quanto em uma festa com a música a todo volume.

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ARTISTA: Babyshambles
MARCADORES: Blues, Country, Ouça, Rock

Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique