múm é uma banda quase veterana na cena. Com mais de 15 anos de atividades, o grupo surgiu na Islândia ao mesmo tempo em que o Sigur Rós começava a dar os seus passos rumo à vanguarda do Post- Rock. No entanto, tal rodagem musical não parece ter feito tão bem a estas meninas como fez aos seus primos mais “ricos” e *Smilewound acaba se mostrando um exercício genérico.
Os toques delicados infantis já usuais da banda continuam aqui mas algo parece fora de contexto quando voz e instrumentação chocam-se. Alguns momentos a fluidez impressiona pelo lado positivo como a serena Toothwheels com os seus belos violinos e levada no piano. No entanto, a atmosfera presente está longe da alegria e a melancolia acaba permeando o disco como um todo. Vocais infantis e um clima depressivo não parecem ser a melhor das ideiais, e alguns momentos conduzem o ouvinte a passar as faixas com rapidez. A experimental Eternity is The Wait Between Breaths ou a música-de-cena-de-filme-da-disney, Time To Scream and Shout são belos exemplos de tal constatação.
Algumas coisas fogem do comum, como as batidas 8-bits presentes em When Girls Collide ou a fase de aventura em um jogo do Mario, Candlestick. Ambas saem um pouco do padrão melancólico visto até então, mas não são momentos necessariamente bons, somente não usuais. Falta substância, e os toques infantis são extremamente enjoativos em diversas faixas. Slow Down surge como um dos melhores momentos ao pegar um pouco do The xx e criar uma faixa que consegue finalmente prender o ouvinte. The Colorful Stabwound também se destaca ao misturar linhas de guitarra com uma bateria acústica. As vozes se encaixam bem a batida, e tal hibridez entre sintético e instrumentação ao vivo acaba trazendo maior fluidez a faixa como um todo.
Apesar da delicadeza e ternura sentida nos vocais de múm, algo parece faltar para que realmente o grupo mostre algo de relevância em Smilewound. Doçura e toques mais melodramáticos parecem ser uma tendência que já teve o seu auge e queda, e após 15 anos não fazem mais tanto sentido assim. Apesar de uma bela produção e a coesão onírica entre cada música vista na obra, dificilmente você desejará voltar a um álbum que soa tão comum e genérico diante da inventividade vista na música atual. Uma reinvenção se faz necessária as islandesas, algo que o Sigur Rós parece sempre fazer com maestria.