Resenhas

Sebadoh – Defend Yourself

Expoente do Indie noventista retoma sua história e volta exatamente de onde parou

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Ano: 2013
Selo: Domino Recording
# Faixas: 13
Estilos: Indie Rock, Grunge, Lo-Fi
Duração: 43:05
Nota: 3.5
Produção: Lou Barlow, Jason Loewenstein e Bob D'Amico
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fdefend-yourself%2Fid

É interessante observar um grupo que, após 14 anos de seu recesso, volta a produzir material e nos deixa a impressão de que continua exatamente de onde parou. Sebadoh foi um grande nome do indie dos anos 90, ao lado de Yo La Tengo e Dinosaur Jr., produzindo sempre um material que os deixava no patamar de expoentes do Indie na época (na medida em que isso existia). Após sua grande obra, o álbum Bakesale, acabaram lançando mais dois, Harmacy de 1996 e The Sebadoh, de 1999, até que enfim, por uma série de razões, entrassem no período de estiagem por mais de uma década.

Em seu novo álbum de treze faixas, Defend Yourself, o oitavo da carreira, existe uma maturidade fácil de notar, se tomarmos como referência seus trabalhos anteriores. Desde o timbre da voz, agora mais encorpado com o decorrer dos anos, até a própria qualidade da gravação, que agora se encontra num cenário muito distante das dificuldades técnicas de vinte anos atrás, feitas na época num lo-fi analógico que mirava a reprodução em fitas cassete.

Mas, afora todos estes aspectos técnicos, a essência de Sebadoh continua a mesma. Aquele mesmo Indie Rock puxado ao Grunge, facilmente rotulável como Rock Alternativo do passado ainda está aqui. Ou seja, o grupo aposta no que sabe fazer, e mantém a sua fórmula de sucesso. É claro que as conjecturas nesse sentido podem indicar um certo engessamento criativo, mais do mesmo, etc. (embora me pareça arriscado falar de comodidade numa banda com a história de Sebadoh). É como se o grupo tivesse aproveitando o fluxo cíclico natural do universo para ressurgir justamente no momento de seu revival.

Pois bem, a resenha do álbum não foca em sua relação com o passado à toa. Embora flerte menos com riffs pegajosos como em alguns de seus trabalhos anteriores, a qualidade do trabalho da banda ainda permanece. Agora tendo como pressuposto criativo o divórcio de Lou Barlow e habitando um universo Grunge, me parece que é no final surpreendente do álbum, justamente em suas duas excelentes músicas de encerramento, Let It Out e Listen, paradoxalmente descoladas do restante do trabalho, que temos a desconexão com o passado e o essência deste renascimento. Para os nostálgicos, é um ótimo presente. Para quem não conhece, um excelente caminho de volta para investigar a história do grupo.

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ARTISTA: Sebadoh
MARCADORES: Grunge, Indie Rock, Lo-Fi

Autor:

é músico e escreve sobre arte