Resenhas

Sleigh Bells – Bitter Rivals

Mais Pop, mas ainda assim dispensável, novo disco da dupla mostra que algumas qualidades não conseguem ultrapassar um som com a data de validade quase vencida

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Ano: 2013
Selo: Mom + Pop
# Faixas: 10
Estilos: Noise Pop
Duração: 29:26
Nota: 2.5
Produção: Derek Miller

Uma das máximas na música e artes em geral consiste na ídea de mudança continua. O fluxo parece ser o carro chefe para que um artista não caia no esquecimento e se torne uma mera alegoria do que outrora foi o seu símbolo. Podemos ver uma clara tentativa do Sleigh Bells abranger o seu leque de composições para outros lados, no entanto, aos poucos o grupo parece perder o seu impacto inicial e as consequências são vistas em seu terceiro álbum Bitter Rivals.

O Noise Pop da dupla nunca esteve tão perto do segundo gênero da sigla. Alexis Krauss parece dominar mais a sua voz e compõe boas faixas que ficam grudadas na sua cabeça ao longo de sua duração. Sugarcane ou You Don’t Get Me Twice são bons exemplos mas o que acaba sendo um ponto positivo na obra constrasta com instrumentações muito semelhantes do guitarrista Derek Miller. As mesmas batidas na bateria, algumas vezes orgânica ou eletrônica, abrindo as faixas enquanto a guitarra entrando no contratempo com solos ou riffs parecem muito do que já vimos em outros momentos.

Love Sick tem aspectos eletrônicos interessantes mas o que realmente é relevante no disco todo é Krauss, mostrando-se uma figura certa quando se pensa em algum tipo Pop Rock. O Noise quase não existe mais, e tudo parece mais radiofônico. Tiger Kit e 24 são mudanças na diretriz da dupla que de certa forma precisa de um pouco mais de criatividade no lado instrumental. A primeira vista, escutar Bitter Rivals pode parecer inovador para quem não está acostumado com o som do grupo e ao mesmo tempo extremamente acessível algo que inicialmente não era tão notável diante de guitarras em fogo e atitude.

A escolha por tons mais fáceis de serem assimilados é notada ao longo de todo o disco, no entanto a sensação de descartabilidade e certa validade contada parece predominar. Alguns faixas são extremamentes dispensáveis como Sing Like a Wire ou a inconstante Minnie, sendo que a melhor fluidez parece coincidir quando o básico do grupo é visto em Young Legends. Na faixa, uma boa linha de violão se mistura a voz de Krauss, criando uma boa balada. Entretanto, não nos deixa esquecer que o disco começa e termina como se nada demais tivesse realmente acontecido. O Sleigh Bells precisa de algo mais para que não se torne uma alegoria de seu terceiro disco, dispensável,comum e efêmero.

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BOM PARA QUEM OUVE: Cults, Grimes, The Kills
ARTISTA: Sleigh Bells
MARCADORES: Noise Pop

Autor:

Economista musical, viciado em games, filmes, astrofísica e arte em geral.