A apresentação de Joel Compass vem com um embrulho especial, pronto para abrir os olhos dos mais curiosos e começar a ser notado. Não nos referimos a simples capa do EP de estreia, Astronaut mas sim as quatro músicas presentes que chamam a atenção pela qualidade produtiva e também por uma voz que deve agradar de cara os fãs da nova R&B que surge na música moderna.
Comparável a atos como Frank Ocean e The Weeknd devido a atmosfera bela que sua voz pode trazer, Joel procura se concentrar em texturas um pouco mais intimistas e ainda assim, soar pronto para se misturar à batidas mais vistosas. A ótima balada, Back to Me mostra uma bela linha vocálica acompanhada de uma instrumentação bastante minimalista. A faixa não tenta explodir em nenhum momento, o que prova-se a decisão mais acertada
A canção título segue uma toada um pouco mais original e pode ser considerada o momento mais radiofônico visto aqui. A produção detalhista coincide com uma voz extremamente pegajosa e que o aproxima aos grandes momentos de Usher, por exemplo. No entanto, o que deve ser considerado o verdadeiro cartão de visitas do músico é Fucked Up. Toda concentrada no piano, tem transições nos timbres de Joel que denunciam uma valência louvável. A levada letárgica e mais depressiva é propícia para um despertar pós-balada, em que a memória ainda parece confusa.
Kiss Love Goodbye é a mais preparada para ser remixada e transformada em hit de baladas. Crescente em seu baixo, pede um algo a mais para alcançar as pistas o que será facilmente notado e criado daqui pra frente. Mesmo um pouco simples a primeira vista, o pequeno disco já mostra Joel para o mundo através de sua ótima voz. No entanto, alguma coisa ainda precisa ser acrescentada ao embrulho para que o nome do jovem músico londrino consiga um maior destaque dentro desta nova e efervescente cena. Certamente o seu potencial o trará perto dos melhores produtores atuais e logo poderemos ver este talento ser melhor explorado e lapidado.