Fanfarlo ficou conhecida na virada da década passada pra esta como mais um símbolo do amálgama de estilos, ritmos e referências estéticas que o som do nosso tempo possui. Com o passar dos anos, como comprovou seu segundo álbum, Rooms Filled With Light, a banda foi caindo na irrelevância e se acomodando nos gêneros mais difundidos hoje em dia, sem o apoio da grande criatividade do começo.
E as coisas não mudaram muito no pequeno The Sea EP. São quatro faixas que mesclam Indie Pop e Indie Folk, com sintetizadores aqui, saxofones ali e toda uma aparência de ser mais do que realmente é. A boa notícia é que fica mais fácil se agradar em uma seleção curta de músicas do que em um álbum completo.
A faixa-título vem como a que tem maior coração dentre o repertório. Com vocais melancólicos, teclados Pop e uma guitarra do Rock mais decadente, não fica difícil balançar a cabeça no ritmo da Psicodelia leve proposta pelo grupo, mas não é nada que vai causar muito impacto em sua vida.
The Wilderness é simpática e com uma energia mais demarcada do que nas demais canções da obra. Witch Tai To e A Distance, respectivamente a última e a primeira faixa do disco, parecem ser lados A e B de uma mesma composição, que surge mais orgânica em um momento e mais trabalhada em outra – e as duas praticamente emendam uma na outra, te convidando para um replay automático. Mas será que vamos ouvir o EP tantas vezes assim?
Fanfarlo sabe fazer músicas simpáticas, isso fica muito claro o tempo todo, mas tem demonstrado seu potencial em fazer também canções demasiadamente parecidas com tudo o que escutamos ultimamente. Se for pra continuar assim, vale mesmo muito mais a pena investir em pequenos lançamentos, como este The Sea, ao invés de apostar em álbuns inteiros. Fica mais difícil a banda errar e o ouvinte se cansar.