Resenhas

Holger – Sunga

Com novos elementos incorporados ao seu som para o lançamento de seu primeiro álbum completo, em uma vibe apelidada de “axé-indie” por toda a empolgação que proporciona, banda ganha destaque no Brasil e no exterior

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Ano: 2010
Selo: Trama
# Faixas: 11
Estilos: Axé-Indie, Experimental, Neo Folk
Duração: 48:10
Nota: 4.5
Produção: Roger Paul Mason

Desde 2008, o Holger vem causando um burburinho no underground paulistano. No início de 2010, tiveram a oportunidade de gravar seu primeiro álbum completo, quando se trancaram em um estúdio com o produtor americano Roger Paul Mason e saíram de lá com o ótimo Sunga.

O álbum incorporou novos elementos à banda, como sintetizadores, percussão, etc, que somados à criatividade dos meninos deixaram o novo disco com cara de axé-indie, com muita ginga e uma festa do começo ao fim. Um detalhe captável é a relação da capa com o conteúdo do disco: uma miscelânea de retalhos coloridos, assim como o som – uma miscelânea de estilos festeiros.

A primeira das 11 faixas, No Brakes, é uma introdução/ambientação ao disco, com uma percussão marcante e muitos backing vocals, como se fosse a primeira música da balada. She Dances, a segunda faixa, tem um gingado impressionante e já começa a nos animar para o que vem por aí. A terceira, Let’em Shine Below, já não te deixa mais quieto. Ela é um convite a se jogar na pista de dança e mostra todo o molejo da banda com os sintetizadores e guitarras. Transfinite começa com uma cara folk, que é uma grande influência para a banda, mas passa por sintetizadores e termina com um clima deliciosamente praiano. Caribbean Nights, a quinta faixa, tem uma bateria muito marcada e ótimos riffs de guitarra, culminando num final apocalíptico.

As duas faixas seguintes, Toothless Turtles (a melhor musica do álbum) e Beaver, são as mais festeiras do disco, aquelas que bombam na pista e são o ápice da noite. Undesirable Regrets tem cara de anos 80, e é onde o disco começa a diminuir seu ritmo. Who Knows tem vocais em tons mais baixos e é mais tranquila. A penúltima música, Eagle, é quase um dub, recheada de guitarras, delays e sintetizadores, mas no final vemos que não é nada disso, pois se trata de mais uma faixa que te dá vontade de mexer o esqueleto. Por fim, temos Geneçambique, uma faixa instrumental para fechar o disco, acalmar os ânimos e ir feliz pra casa depois de uma ótima noite agitada.

Sendo assim, o Holger fecha o ano como um dos destaques do cenário indie, no Brasil e no mundo, tocando em festivais como o SXSW (EUA) e Pop Montreal (Canada), e despertando o olhar de artistas do mundo todo.

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Autor:

Vegetariano, rabugento, ouvindo e fazendo música