Resenhas

Dan Casey – Empty City

Músico conhecido pelo projeto Yalls, de Eletrônica, ousa se arriscar em novos sons e nos entrega um belo trabalho

Loading

Ano: 2013
Selo: Ceremony
# Faixas: 10
Estilos: Rock Alternativo, Rock Psicodélico, Folk Psicodélico
Duração: 35:43
Nota: 4.0
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fempty-city%2Fid73089

Mudar faz bem, por mais difícil que seja. Para um artista, parte da dificuldade em mudar de sonoridade é ter que lidar com estigmas que parte do público e da crítica colocam em sua “imagem”, como se a pessoa criativa fosse uma marca que precisa trabalhar seus produtos de um jeito específico. Felizmente, Dan Casey resolveu enfrentar o desafio de criar fora do nome e das sonoridades Eletrônicas de seus projetos Yalls e Steeze Ray Vibes. O resultado é pouco mais de meia hora de um som orgânico, melancólico e, acima de tudo, muito agradável.

Empty City é triste sem autocomiseração. É chuva batendo na janela em um dia cinza e claro, é um choro que vem fácil quando você respira fundo depois de uma semana ruim, é cheio de solitude, assim meio autocontemplativo, combinando com a imagem que o nome da obra traz à mente. Trilha sonora pra você pensar na vida sem pieguice ou depressão profunda.

Tudo começa já na faixa-título, que abre o disco com batidas marcantes e uma guitarra carismática, ainda que nunca se exalte tanto, e o clima meio de sonho embalado pelo vocal discreto e melodias agradáveis – uma ambientação que se estende, felizmente, ao longo de todas as dez faixas.

Em Endless Calm, a música seguinte, a ausência de percussão em alguns momentos confere uma dinâmica interessante ao todo. É quando a melancolia faz-se cobertor e consegue nos dar o conforto que teremos por todo o álbum. Inclusive, eu não tive a oportunidade de experimentar (ainda), mas parece o som certo pra você ouvir enquanto tira um cochilo. Não, ele não dá sono, só afofa as almofadas e te convence a fechar os olhos, deliciosamente.

É difícil escolher uma melhor faixa. Primeiro porque todas são boas mesmo, mas também pela grande semelhança entre elas (o que, sim, facilita na hora de embalar seu sono sem você acordar com alguma mudança brusca no som). Como sempre, isso pode afastar alguns ouvintes, mas quem se aventurar pelo mergulho de Casey encontrará preciosidades como Hidden Guide e Plans to Change.

Muito belo, pode confiar. E ainda serve como lição para não julgarmos mais um músico que decide se aventurar em outros territórios. Se ele for um bom músico, saberá o que está fazendo e somos nós, ouvintes, quem mais saímos ganhando.

Loading

Autor:

Comunicador, arteiro, crítico e cafeínado.