Resenhas

Patterns – Waking Lines

Ano: 2014
Selo: Melodic
# Faixas: 10
Estilos: Dream Pop, Shoegaze, Indie Pop
Duração: 43:03
Nota: 3.0
SoundCloud: /tracks/115283364
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fwaking-lines%2Fid723

A ambiciosa busca pelo som alucinógeno, descrito pelo quarteto inglês Patterns em uma entrevista como o estado subconsciente do cérebro em que realidade e sonho tornam-se um só pode não ser tão claro assim para o ouvinte, mas ainda assim, a eficácia do grupo ao trabalhar sons psicodélicos com um tom mais Pop é realmente invejável.

Em Walking Lines, disco de estreia que surge quase três anos após o primeiro contato do público com a banda, o quarteto formado na Universidade de Manchester embarca em uma ótima viagem guiada por estilos como Dream Pop, Shoegaze e Indie Pop em um delicioso misto carregado de influências de bandas do fim dos anos 80 e começo dos 90, como Cocteu Twins e My Bloody Velentine. Há também toques mais contemporâneos do Pop Alternativo e também das experimentações do Animal Collective (não tão caóticas quanto as de Panda Bear e companhia, é claro).

A imersão no tal estado subconsciente é dada logo em This Haze, faixa que abre o álbum. Em uma introdução que dura alguns poucos segundos, o etéreo sintetizador se encontra com uma ruidosa e delicada guitarra (herança do shoegaze) e uma lamuriosa voz. Nesse inicio o ouvinte é guiado para uma doce viagem que é levada para terrenos completamente diferentes quando a bateria e guitarra à la Vampire Weekend entram em cena. A canção vai sofrer ainda diversas metamorfoses ao longo dos seus quase quatro minutos.

Não que haja uma fórmula ou algo assim, mas essa imprevisibilidade (mesmo se tratando de um terreno Pop) é muito comum nas faixas. Isso gera grande dinamismo e senso de mobilidade no álbum, fazendo com que o ouvinte não se canse ou tenha a impressão de ouvir a mesma música repetidas vezes. O efeito colateral é não ser tão perceptível onde começa e termina uma canção – ainda assim, esse parece ser um efeito pretendido pelo grupo e pela tal viagem alucinógena sugerida pelos seus integrantes.

Faixas dinâmicas, lisérgicas e um lirismo que acompanha estes atributos formam o bom disco de estreia do grupo, que tem tudo para se consolidar como um dos bons nomes do gênero em futuro não tão distante. Canções como Blood, Face Marks, Our Ego e o velho single Induction mostram muito bem isso.

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ARTISTA: Patterns

Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts