Resenhas

Wannabe Jalva – Welcome to Jalva

Rock gaúcho que foge das convenções locais e parte pra um som mais global, fazendo um grande resumo do Indie Rock contemporâneo com sua mistura dançante com pitadas de Neo Folk e New Wave

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Ano: 2011
Selo: Independente
# Faixas: 7
Estilos: Indie Rock, Indie Pop
Duração: 30:25
Nota: 3.5
Produção: Wannabe Jalva
Livraria Cultura: 5110200

Com uma cara nada brasileira e sem muitas novidades, mas com um som muito amigável, o quarteto Wannabe Jalva, mostra que é possível fazer música boa sem inovar através de sua receita de canções cheias de energia e dançantes. Todo cantado em inglês, o disco se apresenta como um distanciamento dessa onda de resgate à brasilidade e, mesmo vindos de Porto Alegre, não estão dentro do Rock Gaúcho (que tem nomes como Cachorro Grande, Bidê ou Balde e Pública).

Welcome to Jalva é o debut da banda com (somente) sete músicas de energia pura. Guitarras suingadas que lembram o som dos contemporâneos Holger (mas sem o background Neo-Folk dos Paulistanos), bateria bem trabalhada e a presença dos sintetizadores resumem o som do Wannabe Jalva.

Doses de Arctic Monkeys (antes de Humbug) aqui, pitadas de Passion Pit ali, além da assumida influência de MGMT, vemos na banda um resumo de muita coisa que está acontecendo lá fora, o que não traz nenhuma originalidade e identidade ao projeto, mas os músicos tentam compensar com um instrumental e produção impecáveis.

Full of Grace mostra logo de cara o Rock dançante e pulsante, passando por altos e baixos, e suas muitas variações dentro dos três minutos expõem o propósito festeiro do disco. No meio termo entre New Wave e o Indie Rock, Something New se mostra crucial no álbum, sintetizando-o em uma só música.

Samplers e sintetizadores usados em larga escala em Follow It nos levam ao New Rave, com riffs pegajosos e a um refrão cantado em coro que anima qualquer plateia. Come and Go apresenta grandes variações rítmicas em aproximadamente 5 minutos de música e temos mais duas faixas muito animadas na sequência, com levadas muito boas de guitarra, Phone Call e o baixo pulsante de Superstar. É quase impossível ficar parado.

Fechando o disco, You and I conta com a participação do Holger e uma introdução longa e misteriosa, que depois cresce lentamente e volta ao seu clima misterioso. O álbum, que tem o tamanho de um EP, não traz grandes novidades, mas se apresenta como um liquidificador de muita coisa gringa e, além de tudo, consegue algo que poucas bandas estreantes conseguem, que é passar essa energia do disco pros shows.

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts