Resenhas

Liars – Mess

Trio acerta em novo trabalho de música Eletrônica frenética e sombria

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Ano: 2014
Selo: Mute
# Faixas: 11
Estilos: Dance Punk, Eletrônico, Electro
Duração: 55:16
Nota: 4.0
Produção: Angus Andrew
Itunes: http://clk.tradedoubler.com/click?p=214843&a=2184158&url=https%3A%2F%2Fitunes.apple.com%2Fbr%2Falbum%2Fmess%2Fid785406386%3Fuo%3D4%26partnerId%3D2003

Mess, novo álbum do trio nova-iorquino Liars, como era de esperar, é difícil de definir. Continuando a tradição do grupo de jamais continuar uma tradição, o novo trabalho aposta num clima frenético, eletrônico, misturado a uma atmosfera tenebrosa, embasada por vocais e sintetizadores super graves, sombrios e levemente distorcidos.

A introdução do álbum é o grande exemplo do que está por vir. Mask Maker é assustadora, friamente seccionada em etapas que não poupam artíficios para engrandecer seu clima, como a “tosse” no final da introdução, o ataque de samplers agudos e, é claro, as letras, que cantam “take my pants off / use my socks / smell my socks / eat my face off […] give me your face” e evocam assim, um clima que mistura violência física, perversão sexual, e desvio de limites morais como plano de fundo.

Liars resolveu apostar, ao longo de sua carreira, na experimentação de tantos estilos musicais quando pudesse abarcar, logo, ecos dessas transições ainda são visíveis, do Post Punk à la The Jesus and Mary Chain até a Ambient Music de seu último trabalho, WIXIW, são visiveis em Mess, mas agora voltado para o SynthPop europeu e Dance Punk do final dos anos 80 misturado à alguns sintomas da Rave do início dos anos 90. Mess evoca o eletrônico sombrio de Gary Numan, temperado ao Europop de Erasure, como se demonstrasse a faceta gótica de Depeche Mode ou como se Nine Inch Nails apostasse no eletrônico dançante.

É evidente a maestria com que Liars executa o que se propõe a fazer e consegue impressionar à medida em que transforma todas essas referências e enquadrá-las num estilo próprio. Com um trabalho de quase uma hora de duração, de onze faixas que chegam até os nove minutos, Mess, continua difícil de definir, mas, apesar do nome, está mais delineado que seus trabalhos anteriores e sem dúvidas é um dos pontos firmes da carreira de Liars. Consegue ser coeso dentro de todas as variações dinâmicas que propõe, e apropria-se da infinidade de referências à seu modo para traduzir uma “bagunça” calculada e extremamente bem construída.

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ARTISTA: Liars

Autor:

é músico e escreve sobre arte