Resenhas

Tokyo Police Club – Forcefield

Quarto álbum dos canadenses os mostra mais maduros, porém presos às suas fórmulas

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Ano: 2014
Selo: Memphis Industries
# Faixas: 9
Estilos: Indie Rock, Indie Pop
Duração: 33:24
Nota: 3.0

Desde 2006, ano de lançamento de seu primeiro EP, A Lesson in Crime, o grupo canadense Tokyo Police Club tem evoluído em duas frentes diferentes, cada uma delas em velocidades bem diferentes. Chegando hoje ao seu quarto disco, Forcefield, o grupo mostra uma lírica “evoluída” e condizente com os quase dez anos de carreira, porém apresentando praticamente a mesma estrutura sonora que sempre teve desde seus primórdios. Se por um lado as letras acompanharam o crescimento do quarteto, suas músicas mantém muito daquele senso juvenil e dançante de sempre.

Isso não é necessariamente ruim. Os pouco mais de 33 minutos de Forcefield são bem divertidos, como qualquer outro disco do grupo sempre foi, porém ainda há aquela impressão de que a banda está batendo na mesma tecla desde sempre e que de certa forma não quer crescer ou se desvencilhar deste elemento, por mais que suas letras tenham progredido com o tempo. Mesmo não mostrando nada de novo, este disco é um prato cheio para quem gosta de um Indie Pop bem feito (Indie Pop, porém com uns toques do Synthpop, Power Pop e Post-Punk Revival, muito bem amarrados por uma produção impecável e acessível).

Argentina (Parts I, II, III) começa o álbum de maneira espetacular e surpreendente. Uma faixa que ultrapassa os oito minutos é realmente rara dentro dos registros do grupo, mas, tirando esse fato curioso, a música por si só consegue impressionar com suas diversas “partes” e com uma ótima costura entre os tantos momentos marcantes dentro dela. Há uma boa coleção de guitarras e ritmos mutantes, gerando uma boa dinâmica, e suas letras, com versos como “I don’t want to want you like I want you” e “If I was an asshole / Thank you for keeping / A smile on your face”, conseguem também mostram uma banda que parece assumir uma postura pouco diferente com este álbum, algo quase narrativo.

Porém, as demais oito faixas do álbum se mostram naquele mesmo caminho Pop e idiossincrático que Tokyo Police Club aperfeiçoou nos últimos anos. Há um pouco daquelas faixas divertidas, como o single Hot Tonight e Tunnel Vision, músicas que mostra um lado sofisticado e despretensioso, como em Through the Wire e Feel the Effect, e outras mais reflexivas, Toy Guns. Ainda assim, nada do que não o grupo já não tenha mostrado anteriormente.

De certa forma, parece que o grupo se sente a vontade nessa posição de não inovar em nada seu som e de fato não pretender mudar, prova disso é que o vocalista Dave Monks disse em uma entrevista: “é mais fácil ser você mesmo quando está mais velho”. E aqui, o quarteto canadense está basicamente sendo o que sempre foi, ainda que haja alguma vontade experimentar e ousar, como vista na faixa Argentina (Parts I, II, III).

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Autor:

Apaixonado por música e entusiasta no mundo dos podcasts