Resenhas

Teyana Taylor – K.T.S.E.

Segundo trabalho da cantora traz referências Soul e R&B

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Ano: 2018
Selo: GOOD/Def Jam
# Faixas: 8
Estilos: Soul, Sample Based, R&B
Duração: 22:53
Nota: 3.5
Produção: Kanye West, Mike Dean, Che Pope, Mark Batson, Boogz, DaBeast, Nathaniel Alford, Noah Goldstein, Plain Pat, Darkchild, Evan Mast, Andrew Dawson, Ely "The Creep" Rise, Nova Wav e Mykki Blanco

Teyana Taylor é um nome que é sempre injustamente ofuscado por outros. A forma como sua trajetória é narrada parece estar condicionada à produção alheia, diminuindo seu crédito. O início de sua carreira foi marcado pela assinatura de um contrato no selo musical de Pharrell Williams, logo seguido de uma aparição no seriado americano da MTV, My Super Sweet 16.

Após uma série de parcerias com artistas R&B como Usher e Chris Brown, Teyana se uniu a GOOD Music, selo de Kanye West, cuja junção culminou no famoso clipe de Fade, na qual a cantora dança em uma das mais icônicas coreografias em vídeoclipe do ano passado. Após um tímido registro lançado em 2016, ela retorna à música com um disco que, apesar de ser assinado por uma série de produtores de peso, começa a dar os primeiros indícios do brilho próprio de Teyana.

Apesar de ser incluído entre os cinco registros que Kanye West lançaria em um curto período de tempo , K.T.S.E. (iniciais de Keep That Same Energy) tem a própria Teyana como protagonista. Se seus últimos registros eram um retrato e um compilado de produtores interessados em trazer o mais contemporâneo som possível, este disco traz uma sonoridade voltada para mostrar o melhor de Teyana. Aqui o foco é claramente a Soul Music e o R&B, sendo bem ilustrados na escolha precisa de samples de diferentes momentos destes gêneros (um ponto marcante que Kanye West com certeza assina embaixo). É tanto um laboratório de samples quanto uma sincera jornada por sentimentos experienciados na pele. Apesar da breve duração das faixas, elas são potentes em nos trazer uma gama de sensações, desde a mais dançante balada dos anos 1990 até um sentimental e profundo Soul cantado de suas entranhas.

O duo composto por No Manners e Gonna Love Me abre o disco com uma batida quieta e suave, acompanhada de uma guitarra dedilhada que apenas complementa a sinceridade da voz potente de Teyana. A parceria com Kanye West se manifesta na faixa Hurry que deixa aparente os antagonismos do disco, com as melodias limpas da cantora e o flow ácido do rapper. Rose In Harlem é cota Trap/Hip Hop do registro que apesar de apelar para o estereótipo Future/Migos, é envolvente e dançante, algo bastante esperado para fãs de VII primeiro registro da cantora. O ápice do trabalho fica por conta de WTP, uma contagiante dançante batida eletrônica que filtra o melhor da Dance Music dos anos 1990, quase como um Lado-B de Anna Wintour, de Azealia Banks, com direito a várias sonoplastias e intervenções de áudios, desde gemidos a discursos políticos.

K.T.S.E é um propulsor para um universo muito maior que está adiante. Este disco mostra como ela ser o centro de um time de produção e não perder sua essência, entregando um trabalho que é tão eclético quanto contagiante. Surge uma faísca promissora das batidas e melodias deste álbum – que ela não se cesse nos próximos anos pois pode gerar uma explosão fantástica.

(K.T.S.E em uma faixa: WTP)

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BOM PARA QUEM OUVE: Azealia Banks, SZA, Solange
ARTISTA: Teyana Taylor
MARCADORES: R&B, Sample Based, Soul

Autor:

Produtor, pesquisador musical e entusiasta de um bom lounge chique